POV JOTA
O apito final é ouvido em todo o estádio e eu suspiro frustrado. Tínhamos empatado 1-1. Este empate fez com que o Sporting passasse novamente para a liderança do campeonato.
Marcámos cedo, pelo Nuno, mas ao final da primeira parte o Sporting marcou também. Durante o decorrer do segundo tempo a nossa equipa lutou para a vitória. E eu desperdicei uma opurtunidade de ouro para marcar.
Caminho triste para os balneários e assim que entro no túnel avisto a minha namorada que me esperava.
- Não fiques assim. - sorriu-me - Vocês ainda têm opurtunidade para passar para primeiro outta vez. Ainda há tanto campeonato para jogar.
- Eu sei. - dou-lhe um beijo na testa e sorrio triste - Vou tomar banho, esperas por mim?
- Sempre. - deu-me um beijo na bochecha.
Depois de um banho demorado quando eu saio já não se encontra ninguém no balneário. Observo a Sofia que convive animadamente com algumas namoradas dos meus colegas e caminho até ao campo, sentando-me na bancada.
- É diferente, não é? - senta-se ao meu lado - Ver o campo vazio e ouvir este silêncio.
Ela faz um carinho na minha cara e continua.
- Não fiques assim, amor. Jogo é jogo. Umas vezes ganha-se, nas outras perde-se. Eu tenho a certeza que no próximo nos vamos ganhar.
Suspiro alto e direciono o olhar para a minha namorada.
- Eu estou-me a sentir muito culpado pelo empate, Sofia. Se eu tivesse convertido aquele passe em golo, neste momento estaríamos todos a comemorar. Mas não. - balanço a cabeça negativamente - Eu perdi. Perdi um golo feito.
- Jota, quantos craques já perderam um golo feito? - deixa a pergunta no ar - Não dá para marcar sempre. Tu fizeste aquilo que pudeste.
- Eu quero ser um goleador e logo na primeira opurtunidade que tenho falho? - digo frustrado - Eu preciso de treinar mais.
Ela chega-se mais para mim e entrelaça a sua mão com a minha.
- Eu acho que toda a gente pode melhorar. Porém, tu jogaste bem. Mostraste que tens fome de bola e disputaste cada lance durante o jogo todo.
- É. - digo irónico e olho a braçadeira de capitão que até então estava na minha mão - E perdi e maioria deles.
- Jota, olha para mim. - ergueu o meu queixo - Tu jogaste muito bem. Para mim e para a restante equipa tu és o capitão. És tu que estás ali para comandar a equipa dentro de campo, para animá-los caso vocês tropecem que nem hoje - dá-me um sorriso - Se tu cais, eles todos também caiem. É isso que queres?
- Não, é óbvio que não. - respondo imediatamente.
- Então capitão... - pega na braçadeira que estava nas minha mãos e mete-a no meu braço - Levanta essa cabeça e foca-te no próximo jogo. Eu não te quero ver assim. - finaliza.
Olho para o meu braço e sorrio para ela.
- Melhorou. - retribuiu - Tens um sorriso lindo, sabias?
- Obrigada. - solto um pouco envergonhado com o seu elogio - E tu tens uma força danada, sabias? - os seus olhos brilham com o meu elogio - Obrigada mesmo, amor.
- E que tal me agradeceres de um jeitinho mais carinhoso? - brinca comigo.
Solto uma gargalhada e aproximo-me dela iniciando um beijo lento e apaixonado.
