Capítulo 10

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Entrámos no restaurante e sou recebida por um ambiente bastante acolhedor.
O funcionário dirige-nos a uma mesa situada na parte mais reservada do restaurante e quando me sento na mesa reparo que tem vista para a praia o que me deixa bastante tranquila.
O mesmo funcionário volta e desta vez traz consigo os cardápios. Depois de ver e rever chego às conclusão que não consigo escolher nada.

- Já fazem ideia do que vão escolher? - questiona o funcionário amavelmente.

- Não faço a mínima ideia. - digo sorrindo.

- Se me permite, eu sugeria a especialidade da casa: batata doce assada com salmão fumado.

- Pode ser. - sorrio de volta.

O rapaz assente e aponta os pedidos. Logo de seguida olho para o meu acompanhante.

- Eu queria robalo grelhado com migas de tomate, por favor. - ele diz e o funcionário volta a escrever.

- Para beber? - ele pergunta alternando o olhar entre nós.

- Para mim pode ser uma cola, se faz favor. - pedi.

- Outra para mim. - o Jota responde.

O almoço decorreu enquanto falávamos de assuntos banais.
Abandonámos a mesa com o intuito de pagar e pelo o caminho vou retirando o dinheiro.

- Não vais pagar pois não? - pergunta-me o Jota.

- Vou. - respondo sem perceber.

- Eu convidei, eu pago. - ele erge uma sobrancelha.

- Desde quando? - pergunto cruzando os braços.

- Desde  sempre. - diz ele.

- Pois, mas eu pago a minha parte. - pisco-lhe o olho e avanço para a caixa acabando por pagar o do Jota também.

Quando ele ia avançar para pagar eu chamo-o.

- Jota?

- Diz? - ele vira-se para mim.

- O teu está pago. - pisco-lhe o olho e dirigo-me à saida enquanto ouço os resmungos do rapaz atrás de mim.

Assim que me encontro fora do restaurante viro-me para trás e vejo o moreno com uma expressão amuada no rosto.

- Não me acredito nisto. - disse incrédula - Vais ficar chateado por uma coisa de nada?

- Não foi uma coisa de nada. - defende-se - Eu queria pagar e tu não me deixaste, depois foste lá tu e pagas-te o meu.

- Agora pagas-me um gelado. Temos acordo? - estendo-lhe a mão.

Ele estende-me a mão e responde.

- Acordo feito. - apertamos as mãos - Queres ir um bocado à praia?

Assinto e caminhamos até à praia onde nos sentamos lado a lado.

- Fala-me sobre ti. - o moreno é o primeiro a quebrar o silêncio.

- Não há muito a dizer sobre mim. - encolho os ombros enquanto olho o mar.

- Tenho a certeza que sim. - ele encara-me por breves segundos seguindo depois o olhar novamente para o mar. - Eu faço perguntas e tu respondes, está bem?

- Pode ser. Mas com uma condição - contraponto - Tens que responder também.

- Tudo bem então. - ele pensa um bocado - Tens namorado?

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