Entrámos no restaurante e sou recebida por um ambiente bastante acolhedor.
O funcionário dirige-nos a uma mesa situada na parte mais reservada do restaurante e quando me sento na mesa reparo que tem vista para a praia o que me deixa bastante tranquila.
O mesmo funcionário volta e desta vez traz consigo os cardápios. Depois de ver e rever chego às conclusão que não consigo escolher nada.- Já fazem ideia do que vão escolher? - questiona o funcionário amavelmente.
- Não faço a mínima ideia. - digo sorrindo.
- Se me permite, eu sugeria a especialidade da casa: batata doce assada com salmão fumado.
- Pode ser. - sorrio de volta.
O rapaz assente e aponta os pedidos. Logo de seguida olho para o meu acompanhante.
- Eu queria robalo grelhado com migas de tomate, por favor. - ele diz e o funcionário volta a escrever.
- Para beber? - ele pergunta alternando o olhar entre nós.
- Para mim pode ser uma cola, se faz favor. - pedi.
- Outra para mim. - o Jota responde.
O almoço decorreu enquanto falávamos de assuntos banais.
Abandonámos a mesa com o intuito de pagar e pelo o caminho vou retirando o dinheiro.- Não vais pagar pois não? - pergunta-me o Jota.
- Vou. - respondo sem perceber.
- Eu convidei, eu pago. - ele erge uma sobrancelha.
- Desde quando? - pergunto cruzando os braços.
- Desde sempre. - diz ele.
- Pois, mas eu pago a minha parte. - pisco-lhe o olho e avanço para a caixa acabando por pagar o do Jota também.
Quando ele ia avançar para pagar eu chamo-o.
- Jota?
- Diz? - ele vira-se para mim.
- O teu está pago. - pisco-lhe o olho e dirigo-me à saida enquanto ouço os resmungos do rapaz atrás de mim.
Assim que me encontro fora do restaurante viro-me para trás e vejo o moreno com uma expressão amuada no rosto.
- Não me acredito nisto. - disse incrédula - Vais ficar chateado por uma coisa de nada?
- Não foi uma coisa de nada. - defende-se - Eu queria pagar e tu não me deixaste, depois foste lá tu e pagas-te o meu.
- Agora pagas-me um gelado. Temos acordo? - estendo-lhe a mão.
Ele estende-me a mão e responde.
- Acordo feito. - apertamos as mãos - Queres ir um bocado à praia?
Assinto e caminhamos até à praia onde nos sentamos lado a lado.
- Fala-me sobre ti. - o moreno é o primeiro a quebrar o silêncio.
- Não há muito a dizer sobre mim. - encolho os ombros enquanto olho o mar.
- Tenho a certeza que sim. - ele encara-me por breves segundos seguindo depois o olhar novamente para o mar. - Eu faço perguntas e tu respondes, está bem?
- Pode ser. Mas com uma condição - contraponto - Tens que responder também.
- Tudo bem então. - ele pensa um bocado - Tens namorado?
