Capítulo 3

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POV JOTA

Caminho por entre o corredor até chegar novamente à sala de espera. A Filipa já me aguardava no fim do corredor, no entanto o Guga para-me a meio agarrando-me o braço.

- Não faças nada que depois te possas arrepender, Jota. - diz sério - Ela já doou o sangue, não precisas de ceder a chantagens. Pensa no que é que a Sofia vai pensar ao acordar grávida e sem ti ao lado.

Quando penso em responder, as palavras simplesmente não me saem e eu apenas confirmo com a cabeça.

Num ato inesperado, o meu amigo puxa-me para um abraço que eu rapidamente correspondo.

Retomo assim o meu caminho e chego à beira dela.

- Estou aqui, Filipa. Podes dizer o que é que queres. - falo sem paciência alguma.

- O que eu quero? - dá uma gargalhada irónica - Eu acho que sabes muito bem o que eu quero. Quero-te a ti, Jota.

A rapariga tenta agarrar-me de alguma forma, mas eu simplesmente me afasto não querendo qualquer tipo de contacto.

- E por que razão eu deveria ceder? Já dooaste o sangue, por isso não tens mais nada para me oferecer. - destaca vez sou eu que dou uma sorriso irónico.

- Aí é que tu te enganas. - solta uma gargalhada - Sabes, era uma pena que a Sofia saísse do hospital e sofresse outro acidente. - o meu corpo estremece só de pensar na hipótese - Quem sabe igual a este. Ou pior.

Não contendo a raiva seguro-lhe o braço com força fazendo com que o sorriso cínico que permanecia nos seus lábios desaparecesse.

- Eu sei que não foste tu, Filipa. - aperto com mais força - Por isso, aconselho-te a parar de brincar com este assunto.

A rapariga faz força e eu solto-lhe o braço.

- Não fui eu, mas sei quem foi. - disse com raiva - E eu juro Jota, que se tu não voltares para mim ela não vai ter paz e eu só vou descansar quando a vir morta.

- Tu não vales nada. Eu tenho nojo de ti. - grito na cara dela - Dá-me uma boa razão para eu não pegar no telemóvel e ligar para o inspector neste preciso momento.

- É a tua palavra contra a minha, num sitio onde as câmaras de vigilância não apanham som. Tens a certeza que queres chamar o inspector? - perguntou com deboche.

- És a pessoa mais horrível que eu já conheci na minha vida. - digo frio - Se me querias atingir a mim porque é que usaste a Sofia? Tens a noção que ela e o meu filho podiam ter morrido naquela sala?

- Espera... Eu ouvi bem? - arregala os olhos - Filho? Ela está grávida?

- Sim. Está grávida de um filho meu que foi a coisa que eu mais desejei ao lado dela. A coisa com mais amor que eu fiz na minha vida. - balanço a cabeça negativamente - Mas tu nunca vais perceber isso. Porque a única pessoa que alguma vez gostou de ti, tu maltratste. E quando eu encontrei alguém que me mostrou o que era verdadeiramente o amor, tu fazes de tudo para acabar com isso.

Por momentos eu vi uma expressão de arrependimento na cara dela, mas a mesma desapareceu rapidamente dando espaço à faceta anterior.

- Esse discurso não muda em nada aquilo que eu te disse anteriormente. Ou ficas comigo ou a vida da Sofia e do teu filho não vai ter sossego.

Passo as mãos pela cabeça frustrado e olho para o quarto dela. Eu sei que provavelmente ela vai-me odiar quando acordar, mas eu prometi-lhe que fazia de tudo para a proteger.

Eu jamais suportaria ver um deles magoado outra vez. Sei que vou perder a melhor fase da minha vida, mas eu faço-o por ela. E sinceramente, só espero que um dia ela perceba os meus motivos.

Nunca pensei apaixonar-me com esta intensidade toda. No entanto, apaixonei-me na mesma intensidade pelo meu filho. E eu não posso deixar que nada de mal lhes aconteça.

- Eu prometo-te amor que assim que eu apanhar quem te provocou o acidente, eu volto para vós. - coloco a minha mão no seu ventre - O meu coração é teu e não há nada, nem ninguém que possa mudar isso.

Olho para a sua face coberta pela máscara de oxigénio e deixo-lhe um beijo na testa.

- És o meu primeiro e único amor, Ana Sofia. Eu amo-te. - finalizo e limpo as lágrimas que caíam pelo meu rosto.

Direciono o meu olhar novamente para o seu ventre novamente e coloco as minhas duas mãos sob o mesmo.

- O papá também te ama, filho. - solto uma gargalhada baixa - Pelo menos, eu gostava que fosse um menino. Cuida da tua mamã campeão que mesmo longe eu não vou deixar de cuidar de vós.

Beijo-lhe a barriga e saio do quarto limpando as lágrimas.

Espero que ela algum dia me possa perdoar e que perceba que é por ela.

Ou melhor, por eles.

NOTA:

Olá, aqui está mais um capítulo da nossa história.

Parece que o nosso Jota, em prol da segurança da Sofia e do filho, aceitou a chantagem da Filipa.

O que acham sobre isso?

E sobre quem provocou o acidente? Alguma ideia?

Obrigada pelo apoio dado!!

E MUITO BOA SORTE A TODAS AS LEITORAS QUE TENHAM QUE FAZER EXAMES NACIONAIS!!

É PARA AS QUE NÃO TENHAM. MUITA SORTE EM TODAS AS AVALIAÇÕES FINAIS!!

Até ao próximo capítulo!!



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