POV SOFIA
Acabo de mandar um e-mail e desligo o computador arrumando a minha secretária.
- Maria, eu vou andando. - digo à minha cunhada que se encontra na secretária à frente da minha.
Ela encara-me curiosa e caminha até à minha mesa sentando-se sobre a mesma.
- Tu e o meu irmão andam com muitos segredos ultimamente. - diz com cara de desconfiada - Têm saído muitas vezes os dois a este horário e voltam sempre com cara de caso.
A verdade é que eu e o meu namorado já começamos a ver casas. Depois daquele dia ligamos para a mobiliária e, nestes últimos dias, temos visitado algumas casas.
Até agora ainda não encontramos uma que nos agrade totalmente. Ou é muito cara, ou fica muito longe da nossa zona, ou é muito pequeno ou então precisa de muitas obras... Enfim, uma canseira!
- Em breve saberás, mas por enquanto não te posso contar nada. - respondo à minha amiga.
- Está bem. - sorri para mim - Vou arrumar as coisas porque o Guga deve estar aí a chegar.
Enquanto falo com a rapariga sobre o trabalho o meu telemóvel brilha com a fotografia do meu namorado na tela.
- O Jota está lá em baixo! - anúncio à Maria - Até já amiga.
A mesma acena com a mão e despede-se com um sorriso no rosto.
Sigo o meu caminho para fora da empresa e logo avisto o carro do meu homem parado. Mal abro a porta sou recebida com um grande sorriso o que me faz derreter.
- Olá amor. - dou-lhe um beijo nos lábios.
- Hmm assim vale a pena. - o rapaz fecha os olhos e faz o gesto de quem pede um beijo com a boca.
Sorrio com a sua cara e não resistindo beijo-o de uma forma ainda mais profunda.
- Ver-te com óculos e assim de roupa formal deixa-me fora de mim. - sussurra enquanto faz uma trilha de beijos no meu pescoço.
Fecho os olhos em apreciação ao carinho do meu namorado, mas logo me lembro que estamos no meio da rua, à frente do meu local de trabalho que por acaso é onde o pai do Jota é dono e que pode aparecer a qualquer instante.
- Em casa. - digo obtendo um sorriso malicioso da parte dele.
- Vou-te cobrar isso. - continua com o mesmo sorriso no rosto.
- Tens a morada que a mulher te deu? - questiono.
- Tenho. - responde prontamente e mostra-me o seu telemóvel.
Introduzo a rua no gps e o meu namorado começa a conduzir sobre as minhas indicações.
- Achas que vai ser hoje que arranjámos casa? - o meu rapaz olha para mim durante segundos.
- Não sei amor. - respondo sincera - Se bem que por vontade daquela mulher não tínhamos casa nunca.
- Embirraste mesmo com ela, Sofia. - comenta com um ar de riso.
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