Entrei no carro do Jota e e iniciámos viagem. Estavámos num silêncio desconfortável e eu pensava numa maneira de acabar com o mesmo, mas a verdade é que sempre que o tentava fazer as palavras não saíam. Solto um suspiro alto que nem eu sabia que guardava.
- Está tudo bem? - perguntou ele.
- Sim. - respondo olhando na sua direção. Ele mantinha-se focado na estrada enquanto os dedos dele batiam levemente no volante, acompanhando a melodia da música que passava na rádio.
- Estás a gostar de estar por aqui? - questionou-me.
- Só cheguei aqui de manhã e ainda nem tive muito tempo para passear.
- Depois do jantar posso ir dar uma volta se quiseres. - ele propõe e olha para mim.
- Sim, era giro irmos todos juntos. - eu sorrio.
- Eu estava a pensar mais em irmos so... - ele interrompe-se a si próprio fazendo -me encará-lo - Esquece, não é nada!
Estranho a sua atitude, mas prefiro não falar nada. Momentos depois, sinto o carro a parar e abro a porta saindo do mesmo. Subimos e ele abre a porta.
- Bem vinda ao meu humilde apartamento. - ele diz com um sorriso no rosto.
- É muito giro - eu respondo olhando à volta - Vives aqui sozinho?
- Não. - ele responde enquanto me faz sinal para que eu o siga até à sala - Eu moro aqui com o Diogo, com o Guga e com o Rúben. - diz ele fazendo sinal para que eu me sentasse.
- Uau, muitos rapazes numa só casa. Deve ser o caos! - digo rindo-me.
- Sim, é. Mas felizmente, temos a ajuda da D.Alice que é como se fosse uma mãe para nós.
Ia responder quando sou interrompida pelo barulho de entrada da porta revelando as pessoas que outrora ainda não tinham chegado.
Aproximam-se da sala falando animadamente e quando dão pela nossa presença sorriem.- Então, tudo bem? - pergunta Maria.
- Sim, tudo ótimo. - respondi eu olhando para eles que sustentavam uma expressão irónica no rosto.
- Vamos masé encomendar as pizzas e preparar as coisas que eu estou a morrer de fome. - anuncia o Guga pegando no telemóvel.
- Sendo assim vou pôr a mesa. - diz a Maria.
- Espera, eu ajudo-te! - eu levanto-me e vou em direção à cozinha com ela.
Metemos a mesa falando sempre de assuntos aleatórios até ao Guga apareçer com as pizzas.
O jantar decorreu muito bem, acho que já não me divertia assim há muito tempo. Enquanto comíamos reparei que o Jota não tirava os olhos do telemóvel e que nem sequer tinha falado nada. Enquanto eles foram para a sala eu e a Maria arrumávamos a loiça quando a campainha soa. O barulho da porta a abrir é ouvido juntamente com uma voz feminina.
Depois de arrumada a loiça seguimos as duas para a sala enquanto nos ríamos de uma história que Maria tinha contado. Quando entrámos na divisão reparo que o Jota se encontra com uma rapariga ao seu lado. Estranhei a situação, uma vez que ele parecia incomodado com a presença dela. A mesma repara na nossa presença e levanta-se na nossa direção o que levou Maria a bufar ao meu lado. Só agora reparei que a rapariga se encontrava com umas roupas bastantes curtas e bastante reveladoras.. Até demais.- Olá, deves ser a Sofia. Eu sou a Filipa, namorada do Jota. - ela sorri e abraça-me.
