POV SOFIA
Desperto assustada assim que ouço o barulho de alguma coisa a quebrar.
- Desculpa Sofia. - pede o Guga com uma expressão engraçada - As enfermeiras pediram-me que eu te trouxesse aqui o pequeno almoço e eu acabei por deixar cair tudo.
- Não faz mal. - dou um sorriso para trabquilizá-lo e olho em volta do quarto - O Jota? Não o viste?
- O Jota? O nosso Jota? - perguntou confuso deixando-me confusa também.
- Sim. Pelo menos não conheço mais nenhum. - estranho a sua reação - Ele dormiu aqui comigo e agora não sei dele.
- Ahhh claro que sim. - faz-me um sorriso estranho - Eu vou à procura dele e já volto.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, o rapaz sai apressado deixando-me confusa olhando para a porta.
Pressiono o botão para chamar a enfermeira e em, poucos segundos, ela aparece sempre com a boa disposição característica da mesma.
- Bom dia, Sofia. - saúda-me com um sorriso no rosto.
- Bom dia, Dona Paula. - cumprimento da mesma forma - O Guga trouxe-me o pequeno almoço, só que o deixou cair no chão. - ela solta um riso baixo - Era possível trazer-me um novo pequeno almoço e as senhoras da limpeza vir limpar isto?
- Claro que sim querida.
A mulher aproxima-se de mim e levanta a cama de forma a que eu posso estar sentada e afasta o soro para mais longe.
- Vou-te trazer um pequeno almoço reforçado. - disse enquanto apontava alguma coisa no bloco de notas.
- Bem preciso, porque estou mesmo cheia de fome. - comento arrancando sorrisos das duas.
- Isso é normal. - descansa-me - Quando eu estive grávida dos meus filhos também era assim. Passava o dia todo a comer.
A enfermeira deixou a sala com um sorriso no rosto obrigando-me a sorrir de volta.
Esperei pacientemente pelo pequeno almoço e cerca de cinco minutos depois a mesma entra com um novo tabuleiro.
- Aqui está querida. - pousou o tabuleiro com cuidado no meu colo - Agora come tudo porque tens muitas pessoas ansiosas lá fora para te visitar.
Solto uma gargalhada e agradeço o gesto começando a comer imediatamente.
POV JOTA
À porta do quarto da Sofia tentava arranjar uma forma de me acalmar enquanto pensava naquilo que lhe ia dizer.
- Vejo que estás nervoso. - ouço a voz da Filipa junto de mim - Nem sei porquê Jota. Estou-te a fazer um favor. Ela não é mulher para ti.
O meu sangue ferve com a afirmação e engulo a vontade de lhe dar uma resposta à altura do que ela me disse.
- Talvez tenhas razão. - respondo tentando parecer indiferente vendo a expressão feliz no rosto da rapariga.
A rapariga iria responder quando a porta do quarto se abre a enfermeira sai com o tabuleiro do pequeno almoço.
- Já a pode visitar, Jota. Ela está ansiosa. - assinto com um sorriso forçado e aproximo-me da porta.
