POV JOTA
Estranho a pergunta da minha namorada, mas decido responder com toda a sinceridade.
- Conheço, Sofia. A que trabalha na receção na empresa do meu pai.
Ela assente lentamente e continua a brincar com os seus dedos no colo.
A rapariga tenta questionar alguma coisa, mas interrompe-se a si mesma. Entrelaço as nossas mãos numa tentativa de lhe dar força e a mesma aperta-as.
- Tu e ela tiveram alguma coisa? - pergunta desconfortável.
Eu sei que é difícil falar destes assuntos com a Sofia. Percebo perfeitamente que lhe custe falar das raparigas com quem estive. Se fosse ao contrário tenho a certeza absoluta que reagiria da mesma forma.
- Nós fomos uma espécie de amigos coloridos, se é que se pode chamar assim. - sinceridade está presente nas minhas palavras.
A minha miúda confirma com a cabeça.
- Ela disse-te alguma coisa? - questiono.
- Quando eu cheguei de manhã à empresa eu convidei-a para vir almoçar connosco visto que ela está sempre sozinha e eu sentia um pouco de pena dela. - começa a contar enquanto eu a ouço atentamente - Depois de eu ter falado contigo ao telemóvel ela perguntou-me se nós namorávamos e eu confirmei. Ela começou a dizer que não esperava que te fosses prender a uma pessoa tão cedo, visto que no tempo em que vocês andaram juntos ela nunca conseguiu fazer com que tu esquecesses a Filipa. - suspirou alto - Eu respondi-lhe que a tua vida antes de estarmos juntos nada tinha haver comigo e ela disse-me que só me estava a avisar porque eu não era a primeira rapariga que se apaixonava por ti e que depois descartavas como se os sentimentos das pessoas não tivessem valor nenhum. - finaliza.
- Sofia... - suspiro - Eu não posso negar que andei com ela numa tentativa de esquecer o que achava que sentia pela Filipa, mas eu nunca lhe dei esperanças de nada. Sempre fui sincero no que disse. Na altura eu não queria relações e ela aceitou bem o nosso rótulo. Se ela se apaixonou, eu não tenho culpa.
- Tu não me deves justificações de nada Jota. - disse rapidamente - Ouvir aquilo apenas me custou porque ela falou de um Jota que não é o meu Jota.
Sorrio com as suas palavras e faço-lhe um miminho na cara.
- Tu mudaste-me amor! E eu gosto desta mudança. Gosto de ser só teu e gosto que sejas só minha. Tu és diferente. - aproximo-me dela e dou-lhe um beija na ponta do nariz - Tu és a tal que eu sempre esperei.
A rapariga abraça-me e eu rapidamente pego nela ao colo sentando-me na cama.
- Eu amo-te. - proferiu baixinho ao meu ouvido.
- Amo-te muito mais. - disse-lhe igualmente.
A rapariga desfaz o nosso abraço e olha para mim sorridente. Apenas um sorriso dela e o dia já vale a pena.
- Cabelo liso ou com ondas? - questiona ainda no meu colo.
- Com ondas. - respondo-lhe.
- Obrigada bebé. - beija-me os lábios rapidamente.
A rapariga levanta-se e eu fico parado a observar a mesma enquanto pega no utensílio do cabelo.