Capítulo 28

1K 45 2
                                        

POV JOTA

Sinto uma presença sentar-se ao meu lado.

- Desculpa Jota, eu não te queria esconder o meu relacionamento com o Guga. - suspiro - Eu sei o quanto tu não gostas quando te ocultam alguma coisa e mesmo assim fi-lo. Agora estás aqui desiludido comigo e chateado com a Sofia e eu sinto-me tão mal.

Acabo de ouvir as palavras da minha irmã e penso em momentos passados. Sempre fui muito protetor em relação a ela. Qualquer rapaz que chegasse perto eu tratava-o de afastar. Eu não quero que ela sofra de maneira nenhuma, quero protegê-lo de tudo. Só mais tarde percebi que há coisas das quais eu não a posso proteger. E esta é uma delas.

Puxo-a para mim e abraço-a sentido-a a chorar contra a minha camisola.

- Desculpa, mana. Desculpa-me por ser tão protetor em relação a ti. Eu sinto que deixas-te de viver coisas por minha culpa e porque eu te privei disso. Eu não te quero mais privar de alguma coisa. Aprendi da pior forma que não te posso proteger das desilusões. Mas eu vou estar sempre aqui, se precisares. Eu amo-te muito. - beijo-lhe a testa enquanto a abraço contra mim.

- Sabes eu lá no fundo sempre gostei do teu lado protetor e tenho que admitir que tinhas razão maior parte das vezes. Mas eu vou ter que me desiludir, vou ter que passar por situações difíceis... - ela sorri-me - Tu sabes que eu também estou sempre aqui se precisares. Também te amo muito mano!

Dou-lhe mais um beijo na testa quando ela se afasta do meu abraço.

- A Sofia? Foi embora? - pergunto enquanto olho para os lados em busca dela.

- Sim o Guga levou-a. - respondeu-me.

Olho para o mar e suspiro.

- Eu fui tão estúpido Maria. - confesso - Eu disse-lhe a pior coisa que podia ter dito. Ela já nem devo confiar mais em mim.

Ela afaga-me o braço como forma de apoio.

- Ela saiu daqui triste, mas eu tenho a certeza que amanhã quando falarem vocês vão resolver tudo. - disse-me - Vocês gostam tanto um do outro. Nota-se a milhas.

Eu sorrio fraco.

- Eu amo-a tanto que chega a doer. - confesso com um sorriso no rosto - Eu vou falar com ela agora.

Ia-me levantar, mas sou interrompida por outra voz que não pertencia à minha irmã.

- Dá-lhe tempo e espaço, ela disse que precisava de estar sozinha hoje. - disse-me o Guga.

Assinto lentamente com a cabeça.

- Desculpa Guga, eu já estive a falar com a minha irmã. Eu aceito e apoio o vosso namoro. Quero que sejam muito felizes. - puxo-o para um abraço - Eu sei que ela está bem entregue, mas toma bem conta dela sim?

Ele assente enquanto me abraça de volta.

- Claro que tomo.

A Maria levanta-se e rapidamente entrelaça as mãos com o namorado.

- Aproveitem vocês o jantar, eu vou para casa. - disse-lhes.

- Não queres ficar? - pergunta-me a minha irmã.

Abano a cabeça em forma de negação.

- Não estou com cabeça. Ia ser uma péssima companhia.

Aproximo-me deles e despeço-me da minha irmã com um beijo na testa e com um aperto de mão ao Guga.
Conduzo até casa e sigo direto para o meu quarto. Tomo um duche de água fria, faço a minha higiene e caminho em direção à cama.
Olho para o lado direito da cama e suspiro alto. Neste momento eu podia estar aqui abraçado à minha miúda enquanto víamos alguma coisa na televisão, mas eu fui burro e estraguei tudo. É óbvio que eu não sinto nada daquilo que disse. Aquelas palavras saíram-me da boca para fora sem sequer eu as poder controlar.
Espero que amanhã possamos falar e eu me possa desculpar.
Pego no telemóvel e decido ligar-lhe, mas opto por apenas lhe deixar uma mensagem.

Eu: Desculpa tudo o que te disse. Espero que saibas que as palavras me saíram da boca para fora e nem eu próprio acredito no que disse. Espero que amanhã possamos falar. Dorme bem.
Amo-te muito Sofia.

Carrego em enviar e cerca de 3 minutos depois a minha namorada responde-me.

Sofia: Eu também espero que estejas mais calmo e amanhã possamos falar.
Amo-te, boa noite.

Assim que acabo de ler o conteúdo da mensagem bloqueio o meu telemóvel e coloco-o na mesinha de cabeceira.
Deito-me na cama e sinto o cheiro dela preso aos lençóis. Pego na almofada dela e agarro-a.
E foi assim que adormeci, agarrado à almofada dela.

NOTA:
E aqui está mais um capítulo onde o nosso rapaz se redime do que fez.

Mais uma vez obrigada por todo o apoio dado!

Comentem e votem!!

Até ao próximo capítulo!! ❣

Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora