POV JOTA
- Tens a certeza daquilo que estás a fazer? - o meu amigo questiona-me assim que eu lhe acabo de contar a conversa que tivera com a Filipa.
- É a única maneira, Guga. - brinco com as minhas mãos - Vai-me custar mais que tudo, mas tem que ser.
- Ela vai ficar devastada quando souber... - disse ao meu lado.
- Eu conto contigo para que estejas ao lado dela. - cruzo o meu olhar com o dele - És a única pessoa em quem eu confio. E a única que pode saber disto tudo.
- Mesmo não estando de acordo com a tua decisão, eu respeito-a e apoio a mesma. - pausa - Eu vou ajudá-la no que for preciso.
- Obrigada irmão. - estendo a minha mão e fazemos o nosso toque - Vou lá fora.
- Boa sorte. - deseja-me antes de eu sair pela sala de espera fora.
Saio do hospital e respiro fundo. Passo as mãos pelo cabelo e suspiro totalmente casando.
Tiro o cartão do bolso e marco o número do inspector.
Quando eu estava quase a desistir pela demora, o mesmo atende.
- Boa tarde, fala o inspector Carlos. - diz imediatamente.
- Boa tarde, inspector. - começo por dizer - Eu sou o Jota, o namorado da Sofia e eu queria muito falar consigo.
- Aconteceu mais alguma coisa? - questionou com preocupação na voz.
- Sim, mas acho que não é um assunto que se fale por telemóvel. - digo-lhe - Eu não queria sair do hospital, não se importa de vir cá ter?
- Em cinco minutos estou aí. - dito isto desligou a chamada.
Sento-me num murro lá existente e abro a galeria de fotos no meu telemóvel. Observo as mesmas com a Sofia e um sorriso começa a nascer no meu rosto.
Ela não sabe, mas eu tenho uma data de fotografias dela. A fazer o pequeno almoço, a lavar a loiça, a cozinhar, enquanto come e até a dormir eu tenho.
- Também tenho umas parecidas da minha noiva. - comenta o inspector quando se senta ao meu lado e olha para as fotos no ecrã do dispositivo.
- Já as vi tantas vezes que até já sei a ordem delas decor. - rio fraco e observo a imagem da minha namorada a dormir na tela.
- Ela vai ficar bem. - disse ao meu lado.
- Eu espero que sim. - digo baixo e coloco o telemóvel no bolso.
- O que é que aconteceu afinal? - questionou-me.
- Quando o inspector foi embora, a Filipa apareceu cá no hospital e doou sangue à Sofia. - começo por contar - Eu sabia perfeitamente que ela não tinha feito aquilo por boa vontade.
- Ela fez chantagem contigo, é isso? - leu-me os pensamentos.
- Sim. - suspiro - Ela disse que ou eu ficava com ela ou a vida da Sofia e do meu filho não ia ter paz. Disse também que sabia quem tinha provocado o acidente.
- E tu? - olhou para mim.
- Não posso deixar que eles corram riscos e aceitei. Eu prometi a mim próprio e à Sofia que a iria proteger sempre. - falo convicto - Só que eu pensei na hipótese de que talvez eu e o inspector pudessemos trabalhar em conjunto e aproveitar o facto de eu estar com ela para descobrir quem fez isto.
- Eu iria agora mesmo prôpor isso. - pausa - É uma excelente opurtunidade para acabarmos com este assunto de vez. Apenas te tens que manter próximo a ela e estares atento a todos os seus passos.
- Eu consigo fazer isso. - digo confiante.
O homem que teria, por volta, dos seus 40 anos oferece-me um sorriso seguro e eu retribuo.
- Essa conversa que vocês tiveram foi aqui no hospital? - perguntou.
- Sim. Foi na sala de espera. - esclareço e o mesmo dá um sorriso - Mas porquê que isso é relevante?
- Acabaste de arranjar a primeira prova contra a Filipa. Basta-me pedir as gravações da sala. - respondeu seguro de si mesmo.
- Eu também pensei nisso, mas ela garantiu que as câmaras não apanham som. - continuo confuso.
- Jota, tu não sabes o quanto a tecnologia está avançada. - disse e eu logo percebi aonde ele queria chegar.
A primeira prova de muitas.
Eu sabia naquilo que me estava a meter e sabia exatamente os riscos que corria, se alguém descobrisse.
Sabia que todas as minhas ações, a partir de agora, teriam consequências. E não poderiam haver distrações.
- Eu admiro muito a tua coragem, Jota. - estica a mão e eu aperto-a - Vale tudo quando se trata da mulher que amámos e ainda mais quando espera um filho nosso.
- Vele tudo. - repito a frase com confiança.
Até a minha própria vida.
Se fosse necessário.
NOTA:
Olá, aqui está mais um capítulo da nossa história.
O nosso Jota continua determinado a apanhar quem provocou o acidente e junta-se agora ao inspector.
O que acham sobre isto?
Obrigada pelo apoio dado!!
Até ao próximo capítulo!!