Capítulo 4

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POV JOTA

- Tens a certeza daquilo que estás a fazer? - o meu amigo questiona-me assim que eu lhe acabo de contar a conversa que tivera com a Filipa.

- É a única maneira, Guga. - brinco com as minhas mãos - Vai-me custar mais que tudo, mas tem que ser.

- Ela vai ficar devastada quando souber... - disse ao meu lado.

- Eu conto contigo para que estejas ao lado dela. - cruzo o meu olhar com o dele - És a única pessoa em quem eu confio. E a única que pode saber disto tudo.

- Mesmo não estando de acordo com a tua decisão, eu respeito-a e apoio a mesma. - pausa - Eu vou ajudá-la no que for preciso.

- Obrigada irmão. - estendo a minha mão e fazemos o nosso toque - Vou lá fora.

- Boa sorte. - deseja-me antes de eu sair pela sala de espera fora.

Saio do hospital e respiro fundo. Passo as mãos pelo cabelo e suspiro totalmente casando.

Tiro o cartão do bolso e marco o número do inspector.

Quando eu estava quase a desistir pela demora, o mesmo atende.

- Boa tarde, fala o inspector Carlos. - diz imediatamente.

- Boa tarde, inspector. - começo por dizer - Eu sou o Jota, o namorado da Sofia e eu queria muito falar consigo.

- Aconteceu mais alguma coisa? - questionou com preocupação na voz.

- Sim, mas acho que não é um assunto que se fale por telemóvel. - digo-lhe - Eu não queria sair do hospital, não se importa de vir cá ter?

- Em cinco minutos estou aí. - dito isto desligou a chamada.

Sento-me num murro lá existente e abro a galeria de fotos no meu telemóvel. Observo as mesmas com a Sofia e um sorriso começa a nascer no meu rosto.

Ela não sabe, mas eu tenho uma data de fotografias dela. A fazer o pequeno almoço, a lavar a loiça, a cozinhar, enquanto come e até a dormir eu tenho.

- Também tenho umas parecidas da minha noiva. - comenta o inspector quando se senta ao meu lado e olha para as fotos no ecrã do dispositivo.

- Já as vi tantas vezes que até já sei a ordem delas decor. - rio fraco e observo a imagem da minha namorada a dormir na tela.

- Ela vai ficar bem. - disse ao meu lado.

- Eu espero que sim. - digo baixo e coloco o telemóvel no bolso.

- O que é que aconteceu afinal? - questionou-me.

- Quando o inspector foi embora, a Filipa apareceu cá no hospital e doou sangue à Sofia. - começo por contar - Eu sabia perfeitamente que ela não tinha feito aquilo por boa vontade.

- Ela fez chantagem contigo, é isso? - leu-me os pensamentos.

- Sim. - suspiro - Ela disse que ou eu ficava com ela ou a vida da Sofia e do meu filho não ia ter paz. Disse também que sabia quem tinha provocado o acidente.

- E tu? - olhou para mim.

- Não posso deixar que eles corram riscos e aceitei. Eu prometi a mim próprio e à Sofia que a iria proteger sempre. - falo convicto - Só que eu pensei na hipótese de que talvez eu e o inspector pudessemos trabalhar em conjunto e aproveitar o facto de eu estar com ela para descobrir quem fez isto.

- Eu iria agora mesmo prôpor isso. - pausa - É uma excelente opurtunidade para acabarmos com este assunto de vez. Apenas te tens que manter próximo a ela e estares atento a todos os seus passos.

- Eu consigo fazer isso. - digo confiante.

O homem que teria, por volta, dos seus 40 anos oferece-me um sorriso seguro e eu retribuo.

- Essa conversa que vocês tiveram foi aqui no hospital? - perguntou.

- Sim. Foi na sala de espera. - esclareço e o mesmo dá um sorriso - Mas porquê que isso é relevante?

- Acabaste de arranjar a primeira prova contra a Filipa. Basta-me pedir as gravações da sala. - respondeu seguro de si mesmo.

- Eu também pensei nisso, mas ela garantiu que as câmaras não apanham som. - continuo confuso.

- Jota, tu não sabes o quanto a tecnologia está avançada. - disse e eu logo percebi aonde ele queria chegar.

A primeira prova de muitas.

Eu sabia naquilo que me estava a meter e sabia exatamente os riscos que corria, se alguém descobrisse.

Sabia que todas as minhas ações, a partir de agora, teriam consequências. E não poderiam haver distrações.

- Eu admiro muito a tua coragem, Jota. - estica a mão e eu aperto-a - Vale tudo quando se trata da mulher que amámos e ainda mais quando espera um filho nosso.

- Vele tudo. - repito a frase com confiança.

Até a minha própria vida.

Se fosse necessário.

NOTA:

Olá, aqui está mais um capítulo da nossa história.

O nosso Jota continua determinado a apanhar quem provocou o acidente e junta-se agora ao inspector.

O que acham sobre isto?

Obrigada pelo apoio dado!!

Até ao próximo capítulo!!

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