VITÓRIA

CAPÍTULO 96

Capítulo 96
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|Vitória narrando|
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Eu não estava conseguindo acreditar naquilo tudo. Meu coração batia acelerado e eu tentava manter a calma pra não perder meu bebê. Parece que meu pai falava comigo por pensamentos e me pedia pra ficar em paz, eu sentia ele por perto, sentia sua proteção. Entramos em uma espécie de fazenda, os carros pararam e me puxaram para fora.
— Tira a mão de mim, seu escroto! — Esbravejei enquanto um rapaz me puxava pelo braço e o outro vinha atrás com um revólver.
— JÁ MANDEI TIRAREM A MÃO DELA! — Ouvi Luan gritar e olhei para trás.
Ele estava com as mãos amarradas e estava mais nervoso que eu. Se Nicolas fizer algo a ele, eu juro que mato ele, eu mato mesmo, esse nojento, desgraçado.
— Nicolas vai chegar pra fazer as boas vindas! — O ruivo disse indo à frente e nos enfiou dentro de uma espécie de cabana. Me colocaram sentada em uma cadeira e me amarraram de imediato. Colocaram Luan sentado em outra cadeira alguns metros a minha frente e o amarraram.
— VOCÊS VÃO VER, EU VOU SAIR DAQUI E VOU SEGUIR VOCÊS ATÉ NO INFERNO! — Gritei e o rapaz ruivo sorriu cínico.
— Se despeça do seu namoradinho, já já Nicolas chega pra fazer o serviço! — Disse por fim e saiu fechando a porta.
Fiquei sozinha com Luan.
— E agora??? — Comecei a chorar e Luan tinha a cabeça baixa.
— Agora você fica quieta, obedeça Nicolas, ele vai me matar, mas vai deixar você viva, mas colabora com ele! — Luan dizia cabisbaixo e eu chorei ainda mais.
— EU NÃO QUERO QUE VOCÊ MORRA! — Gritei e ele me olhou.
— Pensa no bebê, faz qualquer coisa pelo nosso filho, por favor. — Murmurou e eu solucei baixinho.
— Eu vou matar o Nicolas! — Falei entre os dentes.
Os carros foram saindo, todos, um por um, não entendi nada, mas eu e Luan ficamos sozinhos, era uma oportunidade perfeita pra fugirmos.
— Tenta se soltar! — Falei e Luan começou a se mexer. — As minhas cordas estão frouxas! — Comecei a mexer as mãos depressa e senti as cordas irem se soltando devagar.
— As minhas não! — Esbravejou.
Eu estava tão apavorada que sentia o ar faltar, mas não posso ter crise de asma, não agora! As cordas se soltaram das minhas mãos e eu fui tentando desamar as que enrolavam meu corpo.
— Vai rápido! — Luan disse e eu fui tirando a corda toda. — Você é ótima em tudo que faz! — Disse e eu ri me levantando da cadeira.
— O menino que me amarrou deve ter deixado minha corda frouxa de propósito! — Corri para trás da cadeira de Luan e comecei a desamarrar suas mãos, depois fui soltando toda a corda que estava em volta do seu corpo. — Vamos!!!
— Não solta minha mão! — Entrelaçou nossos dedos e correu até a porta. — Tá trancada essa porra!
— Arrebenta no pé!! — Soltei sua mão.
Luan deu alguns passos para trás e chutou a porta de madeira velha, a mesma se abriu com facilidade e nós fomos saindo dali.
— Tá e por onde nós vamos?? — Falei e Luan me colocou atrás dele.
— Tem um carro chegando aí, nós vamos pelo mato mesmo e não solta a minha mão, entendeu?? — Disse e eu apenas assenti.
Luan grudou a mão na minha e nós saímos mato adentro.
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