CAPÍTULO 102

319 19 0
                                    

Capítulo 102

|Vitória narrando|

Luan ainda estava no hospital e ficaria lá até que ele ficasse bem, tivesse alta e fosse liberado. Os corpos de Edgar e Nicolas seriam velados, parentes e amigos estariam presentes no funeral. O julgamento de Vivian foi adiado e ela poderia comparecer ao velório de seu marido e seu filho que aconteceria junto. Eu não sei se era certo, mas resolvi comparecer ao funeral, me lembro até hoje que Edgar teve a cara de pau de ir no velório de meu pai, juro que eu, mesmo com treze anos, senti vontade de passar uma faca em sua garganta.
— O que você tá fazendo aqui?? — Scarlett sussurrou assim que fui entrando na casa de velório.
— Vim pelo Luan! — Respondi cínica.
Eu me vestia toda de branco, só eu sei a paz que sinto em saber que Nicolas e Edgar estão mortos de uma vez por todas, pagando pelos pecados e por todas as almas que ceifaram desse mundo.
— Você é maluca! Veio de branco ainda. — Scarlett esbravejou e eu me segurei pra não rir.
— Na França, na idade média, o branco era cor do luto, então... — Levantei os ombros.
— Vivian vai surtar quando te ver aqui! — Me olhou e eu arqueei uma sobrancelha.
— Onde ela está?? Ao lado dos corpos? Quero ver! — Falei e ela assentiu apontando para um lugar mais cheio de gente.
Respirei fundo e fui caminhando até lá, algumas pessoas me olhavam e cochichavam, certamente, já estão prevendo o escândalo que vai ser quando Vivian me ver. Ela estava sentada no meio dos dois enormes caixões, luxuosos até no funeral. Ela chorava baixinho agarrada a uma mulher. Ela não estava algemada, mas a polícia estava próxima e de olho nela.
— O que você está fazendo aqui??? — Ela se levantou de súbito e me encarou, todos olhares vieram em minha direção.
— Vim no lugar do Luan! — Dei de ombros.
— VOCÊ DEVE ESTAR ADORANDO TUDO ISSO, NÃO É??? SUA VADIA! — Gritou e sua amiga a segurou.
— Não, por mais que eu quisesse vingança, a única coisa que sinto agora é tranquilidade e PENA de você! — A encarei e Scarlett apareceu pra me puxar pelo braço. — Me solta! — Sussurrei a empurrando.
— QUANDO EU SAIR DA CADEIA, EU VOU ACABAR COM VOCÊ, ACABAR COM O LUAN, COM ESSE BEBÊ MALDITO QUE VOCÊ CARREGA, SUA VAGABUNDA, DESGRAÇADA! — Ela gritava em meio as lágrimas e os policiais a encaravam sérios.
— Eu não sinto remorso, não sinto pena do Nicolas e muito menos do Edgar! Seu marido não teve pena de mim quando assassinou meu pai com vinte e cinco facadas e deixou que ele morresse agonizando na sala da sua própria casa! — Engoli o choro e respirei fundo. — Espero que Deus tenha piedade da alma de Nicolas, mas do Edgar... Quero que ele queime no inferno!

...

Quem tem dó é violão!!!

VITÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora