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07h00

Acordo relativamente cansada, meu corpo pede para repousar mais um pouco mas o ignoro.
Observo Glayce que ainda dormia serenamente, isso era bom, significaria mais tempo para preparar um café da manhã decente para a mesma.

Meu uniforme estava sujo, não daria para vesti-lo e não seria necessário a família não fez nenhuma observação sobre, então me senti a vontade para tomar um banho e por uma roupa qualquer, das poucas que trouxe. Pego meu celular que antes estava conectado ao carregador e ponho no bolso do short.

Quando saio do quarto ouço a voz de Felipe, ele estava alterado. Caminho lentamente em direção a sala e o vejo de pé ao lado do sofá, sem camisa e é vestido com um short taquetel. Cristiane estava de pé ao outro lado da sala, sua feição era de raiva. A mesma vestia o uniforme da pastelaria. Ambos não me viram, por tanto permaneço ali.

- Você é covarde, meu. Não tinha que fazer essa merda - Cristiane dizia transtornada.

- Não tô acreditando - Felipe passa as mãos pelo rosto, tentando manter a calma - Tu vem na minha casa a essa hora pra me tirar do sério?

- Vim pedir pra você mandar alguém me levar pro trabalho MAS QUANDO SUBO A CINTIA ME CONTA QUE VOCÊ ESTAVA COM OUTRA NA MOTO - Ela se altera completamente.

- É SUA AMIGA, PORRA. FALA BAIXO NA MINHA CASA. - Ordena ele.

Aquela discussão era por minha causa, por eu ter o acompanhado até a pizzaria ontem. Ela não estava errada mas eu espera um pouco mais de confiança.

- Não confio em mulher - Afirma ela. Seu olhar finalmente encontra o meu e eu disfarço - Aí a talarica.

- Cris, ele só me levou...

- CALA A BOCA, OU EU METO A MÃO NA SUA CARA. SUA FALSA - Grita.

- Fala baixo, minha mãe tá dormindo. Respeita, porra. - Ele estava perdendo a paciência.

- Você não dá valor, Ret. Sai do trabalho cansada, vim dar banho na sua mãe não é qualquer uma que faz isso. - Ela fecha os olhos com força - porque sua irmãzinha não quis trocar a porra da fralda suja de merda.

Cristiane estava magoada mas não tinha o direito de jogar aquilo na cara dele. Fiquei estática, as palavras me faltaram.

Felipe perde a cabeça e vai até Cristiane, segura seu maxilar com força a obrigando o encarar.

- Vaza. Dá. Minha. Casa. Piranha - Diz pausadamente.

Meu cérebro envia o comando para as minha pernas rapidamente. Vou até os dois tento acalmar os ânimos de alguma forma.

- Larga ela, Felipe. Não houve nada e vamos resolver isso conversando.

- Eu vou te pegar - Cristiane sussurra para mim enquanto chora. Os dedos de Felipe estavam brancos de tanta força que ele apertava seu maxilar.

- Não aconteceu nada, por favor - Tento explicar mas ele puxa minha amiga pelo braço a levando até a porta. Os sigo e vejo quando ele abre o portão e empurra a mulher para fora.

Aquela cena fez meu coração palpitar, senti pena de Cristiane. Sinto que a trai de alguma forma. Felipe fecha o portão com tanta força que um pedaço do cimento que fazia o emboço, cai ao chão.

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora