Contrário do amor é o ódio. Um sentimento que queima dentro de você, ferve suas entranhas e lhe deixa cego, incapaz de enxergar qualquer realidade — seja ela boa ou não — é uma sensação seca, ruim, só te deixa quando você conclui o que quer, e aí parceiro, pode ser tarde demais ou não.
Odiar alguém que não conhece é mole, odiar alguém cresceu com você, sorriu com você, abraçou você, tem o mesmo sangue que você é difícil. Isso te corrói até os ossos. Eu estava sedento pelo sangue de Ana, estava cego, nada me parava. A todo momento eu imaginava minhas mãos em seu pescoço e o mesmo se quebrando. Nada me acalma, apenas o sangue dela respingado em meu rosto.
Em frente sua casa vejo seu portão aberto. Entro rapidamente, a porta escancarada — não há ninguém — ela fugiu? E levou minha mãe.
Como assim ela vai escapar depois do que fez? Só de imaginar essa hipótese a raiva queima dentro de mim. Gero tudo aquilo dentro de mim e quebro tudo o que vejo pela minha frente.
— DESGRAÇA! — Grito jogando sua televisão ao chão.
Após revirar tudo eu me sento ao chão e choro. A porra da culpa me atormenta. Ela matou meu filho e prejudicou a mulher que eu amo, por uma ambição idiota, por essa merda de dinheiro sujo. A porra da minha irmã me odeia e odeia todos que eu amo. Como vou dizer a Mariana que a infeliz foi embora e levou minha mãe junto? Se ela ousar fazer algo com minha mãe...eu não poderei fazer nada, porque ela não está aqui. Essa maldita fez essa tragédia ocorrer para porra nenhuma? Foi pelo gosto de matar?
Meu celular vibra em meu bolso, por um momento penso em não atender mas opto pelo contrário. Diguinho.
— O que você quer, caralho? — Digo irritado.
— Ela está comigo. Cola no abate.
Ele desliga.
Filho da puta! Como ele sabia?
Sem pensar muito eu me levanto e corro para o local indicado, onde eles torturam os devedores. Hoje quem me deve é essa cachorra.
Quando chego ao local, vejo o total de dez homens parados, Diguinho estará ao meio.
— Onde está minha mãe? — Indago a ele.
— Na minha casa. — Responde indiferente. Que se foda.
— Como você soube que foi ela?
— Minha mãe me contou que quando foi buscar água para Mariana, a Ana jogou fora e encheu com outra parada. — Explica — sou burro mas bem tanto. Quando ela contou, eu voei para casa de Ana e porra... quando cheguei sua mãe estava gritando. A vagabunda estava puxando os cabelos dela.
Meu rosto estava vermelho pela raiva. Trinco meu maxilar, segurando um pouco mais.
— Fez alguma coisa com ela?
— Não. Ela não queria vir, trouxe arrastada. Ela tá achando que está aqui pelo que fez com sua mãe — Ele diz e ri ironicamente. — se você não matar, eu mato.
— Deixa que eu sujo minhas mãos.
Entro na venha casa, onde não havia nada além do espaço e buracos causados pelos tiros. As marcas de sangue pelo chão virou parte da mesma.
Ana estava sentada ao chão, encostada na parede com a cabeça baixa. Ela eleva seus olhos a mim e começa a chorar. Patética.
— Lipe, eu sei que errei, mas você sabe como é nossa mãe. — Diz — eu estava com a cabeça quente.
— Hum...e o que ela te fez, Ana? — Pergunto entrando no seu jogo
— Não vem ao caso. O que interessa é que estou arrependida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
CDC - Concluída.
Genç KurguHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...