62 (Ret)

34.4K 2.4K 378
                                        

Minha mão dói pelo impacto contra o rosto dela. Mariana caí desmaiada, seguro seu pescoço antes mesmo que sua cabeça bata contra o chão. Geral olhando, sem entender ao certo o que estava acontecendo, - nem eu - foi tudo rápido, ela simplesmente enlouqueceu. Desconfio que seja algum tipo de substância ilícita já que duas pupilas estavam enormes.

- Leva ela para o hospital. Lipe - Minha mãe diz desesperada. - Será que ela morreu? Você bateu com muita força.

- Porra mãe, calma. Tu queria que ela terminasse por se jogar daqui de cima? - Pergunto irritado. - Quem veio de carro?

Pergunto deitando sua cabeça no chão. Seu nariz está sangrando, estou me odiando por ter feito isso mas foi necessário. Ela precisava parar, estava completamente descontrolada.

- Aqui, parceiro. - Um dos presentes estende a chave, entendendo meu recado - acho melhor levar ela pra casa, hospital vão fazer muitas perguntas. - completa.

- Verdade. Vão achar que ela se drogou estando grávida e vão deixá-la sofrer - Ana diz se aproximando. Em sua mão havia um pano, ela o passa sobre o rosto de Mariana.

Me levanto bufando. Não sei o que fazer.

- Irmão, bora levar ela para casa. Quando ela acordar nós vê - Diguinho sugere.

Esse nós eu dispenso, não pedi a ajuda dele para porra nenhuma.

- Qual é o teu carro? - Pergunto para o dono das chaves.

- Tá bem aqui embaixo. O vermelho.

Assinto me abaixando novamente, desta vez pego Mariana em meu colo. Leve pra porra.

- Eu vou com você - Rayssa diz. Já estava bêbada.

- Tá maluca, menina? - Sua tia a repreende - Vamos embora.

- Vocês podem levar minha mãe para casa? Eu vou com Felipe - Ana indaga a Célia.

- Não preciso de babá, caralho. - minha mãe reclama - eu vou com a Mariana.

Meu sangue ferve com a discussão desnecessária.

- Não vai ninguém, caralho.

Digo e desço as escadas com a mulher desacordada. Foi fácil de achar o carro. Diguinho se intromete me ajudando a abrir a porta e a colocar Mariana dentro do carro.

- Deixa eu colocar a cabeça dela direito ali - Ele diz tocando em minha mulher.

- Precisa não, parceiro. Tira a mão dela. - Digo rude.

- Pera aí, Ret. Só to querendo ajudar. Você não tem o mínimo de cuidado com a mina - Diz raivoso. Algo me diz que essa raiva estará reprimida dentro dele.

- Vai tomar no cu, irmão. - me aproximo dele - Tu gosta de tocar na minha mulher, né?

As pessoas que antes paravam para ver Mariana desacordada, agora vêem a confusão. Vejo dona Célia se aproximar correndo até nós.

- Só quero o bem da mina, ela tá grávida. - Ele diz fingindo paciência.

- Quer o bem dela é meu pau, rapá. Tá achando que não meto uma bala na porra da tua cabeça? - Digo exaltado.

- Pelo amor de Deus. Diguinho, para - Célia diz desesperada. Temendo pelo pior.

- Vou entrar numa contigo, não Ret.

- Acho bom mesmo, seu merda. Fica esperto, não quero tu perto dela.

Digo e entro no carro. Dou partindo e saio cantando pneu.

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora