Ret
Tu gosta dela, malandro.
Gosto não.
Gosta.
Porra nenhuma.
Achei que hoje o dia seria tranquilo, fora os estresse do prejuízo das bocas, mas me enganei.
Acontece uns bagulho nada a ver na minha vida. Quando foi que uma mulher entrou na minha rotina e bagunçou tudo? A única mulher que eu discutia ou que me cobrava algo era Ana.
Seria só mais um dia de futebol, fui pra casa de uma das minas que fica na quadra, e dei uma galada tranquila até nos sentir o cheiro de queimado. A porra da sem noção tinha ateado fogo na casa da mina e pior, na minha moto. Quando neguinho me descreveu ela eu não acreditei. Na verdade, nunca achei que ela fosse capaz de algo assim. O lance é que eu fiz de tudo pra não perder a cabeça, mas partir pra cima de mim não foi uma pra ela.
Eu realmente não sei o que sinto por ela. Sei lá, mano, é assim: Gosto de ter ela por perto, gosto da sua conversa, da sua inteligência, do corpo dela mas não quero me prender a ninguém.
Ouço a porta bater com força, o que me faz levantar do sofá.
Ana segurava um prato descartável em sua mão. Sua feição não era nada boa. Preciso pegar a chave do portão com ela, essa doida sai entrando aqui.
— Tô cheiao de fome — Tento pegar o prato de sua mão mas ela desvia.
— Tem nada aqui pra você. Cadê a Mariana?
Defensora dos fracos e oprimidos.
— Ela não vai sair daqui. — Digo ríspido.
— Felipe, ela vai ir embora amanhã. Eu vou dispensar os serviços dela. Essa garota não pode sofrer na sua mão.
Ela se dirige até o quarto de minha mãe, bate na porta e Mariana abre. Seus olhos vermelho se encontram com os meus mas eu desvio para Ana.
Caralho, tô com vergonha do que fiz.
— Eu trouxe pra você comer. Mamãe vai ficar comigo, não se preocupe. Como você está?
— Com dor nas costas. Não consigo retirar o vidro — Mariana murmura.
Ana leva sua mão até a cintura da menina, a fazendo virar de costa.
— Nossa, Mariana, você está com febre cara. Que porra! — Ana diz preocupada.
Ela empurra Mariana para o quarto entra, caminho em passos largos até elas mas antes que pudesse entrar Ana bate a porta na minha cara.
Dou um soco na porta chamando por ela.
— Abre essa merda! — Ordeno.
Eu queria vê-la.
— Ninguém precisa de você aqui Felipe, já fez merda demais. Faça algo que preste pelo menos uma vez.
Ouço Ana dizer.
Minha intenção era tomar um banho e tirar a roupa do futebol, mas tudo o que fiz foi retirar a chuteira, mas pegar a chave da motinha velha e partia pra casa do Michael, um amigo que trabalha no upa.
Eu fiz a merda, não tem como desfazer mas acho que vai ter como ajudar.
Porra de moto barulhenta. Ela deveria ter ateado fogo nessa, não na minha nova.
Me arrependo de ter vindo morar nesse lugar novamente. Tenho orgulho da parte da minha comunidade, luto bastante por ela. Não tenho inimigo vivo, por isso a paz reina. Só tem a merda de um ADA que está desviando dinheiro meu.

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CDC - Concluída.
JugendliteraturHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...