Não teve outro, ele precisou ir para o postinho da comunidade. Tentou fazer eu me sentir a pior mulher do mundo quando não deixou eu entrar na sala junto a ele, para fazer o curativo. Problema é dele, sigo sem me arrepender.
Fito os homens armadas que estavam ao lado de fora, esperando por seu chefe. Ainda não sabem de fato o que aconteceu, e se depender de Felipe, não saberão. Meu estômago dói pela fome.
— Tudo mec lá? — Pergunta Diguinho ao me ver.
— Tranquilo. Seu chefe é um chorão.
— Por que você só viu esse lado. — Ele abre um sorriso — Mas aí, o que pegou?
— Ele veio me agredir, eu meio que...sem querer...joguei o feijão quente nele.
Bastou dizer isto para Diguinho cair na gargalhada.
— Na moral. Você é a melhor.
Ele suspende sua mão para que eu possa bater. Avisto um trailer onde vende algodão doce, e por um momento aquilo foi tudo o que mais desejei na vida. Que porra, provavelmente estou com anemia.
— Diguinho?
— Manda.
— Você consegue um algodão doce daqueles para mim? Não trouxe dinheiro e Felipe está lá dentro. — Explico.
Ele me fita de cima a baixo, com um olhar desconfiado.
— Tá grávida, porra?
Essa poderia ser uma pergunta simples, poderia ser uma brincadeira ou uma dúvida da qual daria risada, mas dói justamente com essa pergunta que minha ficha caiu. Minha menstruação não desce faz tempo...Porra, Mariana, como você não percebeu? Meu coração se enche de incerteza mas minha cabeça não nega. Esses meus surtos repentinos, meu estresse.
Mas espera...se eu tiver, quem é o pai? Ao que me recordo ela não desce desde que Eduardo fará parte de minha vida.
Estou perdida.
Felipe vai me matar.
Arregalo meus olhos e Diguinho desfaz o sorriso. Ele captou o que estará acontecendo.
— Não acredito!
Levo minha mão a boca, totalmente surpresa.
— Tá de sacanagem? — nego — não era para ninguém saber?
— Nem eu sabia. Quer dizer, ainda não sei. Você só me lembrou que...bom — dou uma pausa constrangida — minha menstruação tá atrasada. — completo rápido.
— Maior papo errado esse. Como vocês não sabem desses bagulho?
— Eu não vou ficar discutindo meu período com você. — digo desesperada. — me ajuda.
— Ué, caralho. Como? Eu não vou assumir cria se ninguém, não. — Espeta, rindo.
— Para de brincar. Isso é sério.
— Vai lá dentro, pede para fazer um teste.
Diz simples.
— Não. Felipe pode desconfiar.
— Ret vai curtir a ideia, mano. Relaxa.
— Já sei. Você vai me cobrar um teste, leva lá em casa assim que sairmos daqui.
Meu desespero era nítido.
— Ih, irmão. Quero me envolver nisso não. Vai sobrar pra mim. — Reclamou.
— Por favor, Diguinho. — Suplico
— Tá cheia das intimidades já. Suave, mas se o patrão descobrir, você se vira. — Ele diz seriamente. Eu apenas assinto. — mas tem uma condição.

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CDC - Concluída.
Fiksi RemajaHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...