O suor escorria em minha testa, vir de calça jeans foi minha desgraça, mas isso não me impediu de dançar. A cerveja em si não me tirou a lucidez mas a vodka com energético, essa sim. Meu corpo estará leve, eu já vi Karol em duas. Até com Rayssa eu estava a falar.
Paro de dançar quando vejo Felipe adentrar o local, havia alguns homens com ele, todos armados até o pescoço. Ele cumprimenta algumas pessoas e logo sua atenção se volta para seu amigo Diguinho, após desejar feliz aniversário, seu amigo aponta para minha direção. Disfarço e viro meu rosto, acho que foi um pouco tarde, ele já havia notado meus olhos grudados nele. Com seu sorriso sacana ele se aproxima — ouço Rayssa murmurar algo mas ignoro —. Céus, como esse homem estará impecável.
Ao se aproximar ele tenta me dá um selinho, eu viro o rosto. Sua feição muda rapidamente, estava impaciente.
— Que foi? — Indaga
— Você manda eu vir pra cá e não aparece por horas. Pirou, foi?
— Estava resolvendo uma parada, Mariana. Tô aqui agora, não estou?
Abro um sorriso irônico.
— Não faz diferença mais.
Digo e saio andando, em direção a mesa onde estará Betinho. Ana que estava sentada em meu lugar, se levanta e se aproxima de mim.
— Acho que ele te quer.
Ela sussurra em meu ouvido. Provavelmente falando de Felipe. Foda-se, eu não ligo.
Me sento e volto a puxar assunto com Betinho. Algumas vezes pego Felipe me encarando, era nítido que o mesmo estará se mordendo de raiva. Ele não iria causar uma confusão, não hoje, não comigo.
Assim foi praticamente a festa inteira. Ele me encarando transbordando ódio, enquanto eu bebia, dançava e realmente não me importava. Quando sinto meu corpo pesar novamente, — devido ao cansaço — me sento junto aos demais.
— Bora pra casa.
Ouço Ret dizer atrás de mim.
— Não tô muito afim. — Provoco enquanto termino minha cerveja.
Ele passa a língua entre seus lábios e respira fundo. Seus pensamentos não são nada bons, certeza.
— Tenho que levantar cedo, vambora, cara. — Explica sem paciência.
Permaneço sentada sem demonstrar qualquer reação. Vejo que sua paciência se vai quando ele abaixa, levando seus lábios próximos ao meu ouvido.
— Se você não levantar agora, eu vou te levar pelos cabelos. Decide. — Sussurra ao meu ouvido.
— Gente, estou indo. — Digo a todos na mesa. — Betinho, foi um prazer.
Adalberto apenas acena com a cabeça. Medroso do caralho. Após me levantar vejo o motivo de seu receio, Felipe não tirava seus olhos puxados de cima do homem.
— Tô partindo, Diguinho. Tranquilidade aí — Felipe alerta ao parceiro. — bora.
Sinto sua mão em minha cintura mas retiro caminhando a sua frente.
Quando chego a sua casa vejo Luzia cochilando no sofá, pobre mulher. Opto por não interromper seu sono, vou até o quarto de Gleyce checar se está tudo bem, a mesma estará acordada assistindo televisão. Observo a cama de solteiro ao seu lado e tenho a brilhante ideia de dormir ali. Hoje eu realmente não quero nenhum contato com Felipe.
Sua mãe estará tão entretida com a televisão que não me viu. Volto para a sala tentando não fazer barulho, para que Luzia não acordasse mas infelizmente a peste do Felipe deixa algo cair na cozinha, provocando um barulho chato. Vou até o mesmo afim de saber o motivo do barulho.
— Tá fazendo o que? — Pergunto curiosa.
Ele permanece de costas para mim, mexendo em algo.
— Resolveu falar comigo? — Pergunta, rude. Não respondo — tô com fome, não comi porra nenhuma lá.
— Se não estivesse preocupado em ficar de olho em mim. — Espeto.
— Se eu ficando você já estava se atirando pro cara lá, imagine se eu me fizesse de pão.
— Sua irmã me apresentou ele.
Finalmente Felipe se vira. Em sua mão havia uma lasanha congelada.
— Não quero você indo nas ideia dela. Se liga na tua responsa.
Diz levando a lasanha ao microondas.
— Se você não confia na própria irmã...que sou eu, não é mesmo.
— Falando em confiança, preciso de uma conta sua. Se não tiver, preciso que abra uma.
— Pra que?
— Vão depositar um dinheiro alto. Não pode ser em nenhuma das contas que tenho. — Explica — tudo monitorada.
— Vai me fazer de laranja? Ganho o que com isso?
Ele me encara divertido.
— Tá passando muito tempo comigo, filha da puta. Ficando malandra.
Me aproximo dele.
— Aprendi com o melhor.
Sua mão vai a minha nuca, me puxando para um selinho. Ponho minha mão em seu peito e o empurro. Ele franze o cenho em confusão.
— Eu te dou dinheiro pra você fazer o que quiser. Pode fazer sua faculdade.
Reviro meus olhos e me afasto.
— Não. Eu não quero dinheiro. — desvio meu olhar do seu por breve segundos — vou pensar em algo.
— Não entendo esse teu orgulho. Eu sou teu namorado, cara. Acha que me sinto como vendo tu morar em um barraco, trabalhar vendendo balas? Porra Mariana — Ele leva a mão ao cabelo — quero te dá uma vida boa.
— Eu tenho uma vida boa, Felipe.
— Não tem. Você só está acostumada a se foder sempre, acha que não ter comida na geladeira é normal? — Indaga me deixando sem jeito.
A bebida em meu organismo me deixa tonta. Aquela discussão era completamente desnecessária.
— Sei que não é, mas isso vai melhorar.
Felipe se aproxima, ele pega minha mão.
— Deixa eu melhorar pra você, neguinha. Eu te dou até o sol, é só você pedir. — seu polegar acaricia minha bochecha — eu faço qualquer coisa por você, Mariana. Sou paradão na tua. Se soubesse o quanto, não teria metade dos surtos que tem.
Por um momento sinto que nada me faria mal por estar ao lado desse homem — exerto o próprio — ele me passa uma segurança estonteante com suas palavras firmes.
— O que você quer?
Me pedi doce e subitamente em seus olhos.
— Vem morar comigo. Deixa eu cuidar de você. Não sabe como é desgastante acordar e não te ver lá, ter que comer com um bando de macho porque não tenho sua companhia. Fecha comigo?

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CDC - Concluída.
Teen FictionHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...