33 (Ret)

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Mais uma vez 'to aqui sem você oh livre triste.
Até quando eu vou te que fingir
Que eu 'to feliz sem você do meu lado aqui
e até quando eu vou te que fingir
Que eu 'to feliz sem você do meu lado aqui”

Ret

Uma semana antes...

Pressiono meu olho direito com as pontas de meu dedo, foi o suficiente para a dor se instalar ainda mais aguda.

Filho da puta, me paga.

Mas aí, eu levaria mais dez socos só para beijar aquela boca novamente. Eu poderia facilmente dizer que ela tem um ímã que me atraí, impossível ficar longe dessa mulher.

Estaciono minha moto em frente ao portão de casa e pego meu celular, a tela estava trincada devido ao impacto do meu corpo contra o chão. Meu ódio aumenta ainda mais. Diversas mensagens.

Ret, um maluco aqui quer vender o gás dele, tá ligado, e aí. Apaga?

Ouço o áudio, ainda montado em minha moto.

— Apaga não. Manda colocar o valor superior ao do gerente. — Envio o áudio.

Em cada ponto de venda (boca de fumo) há um gerente, isto ajuda na organização. Um deles é proprietário de um depósito de gás, deixei o mesmo abrir porque seria uma boa já que 60% dos lucros é da comunidade, digo que os lucros que entram são da comunidade porque gasto mais com eles do que comigo. Irmão, dinheiro demais só causa discórdia. Não fiz, não faço e não nunca irei fazer questão de dinheiro. Meu propósito é da um vida maneira pra cada morador, assim como meu pai ensinou e como o mesmo me ensinou; abraça a visão quem quer. Enfim, não posso mandar apagar o cara, só pela ideia que teve, ideia ousada, isto significa uma queda nas vendas do gerente, o que significa uma queda nos lucros, por isto a ideia é ousada; o mais viável é deixá-lo abrir o depósito e por o valor mais alto, assim todo mundo ri. Sem violência tudo flui de maneira suave. Final Feliz foi considerado por muitos a comunidade com em que há menos violência, é fácil: Percebi que se a taxa de homicídios e a violência caíssem, os lucros do negócio subiriam. Isso fez com que a comunidade passasse a ser encarada pelos consumidores de drogas como "um lugar seguro para comprar".

Não tenho Facebook, nada dessas coisas, só o bom e últil whatsapp. Não sou de perder meu tempo com essas baboseiras.

O contato de Mariana estava fixado, em seu perfil havia uma foto da mesma com um saquinho de balas em mãos.

Guerreira pra caralho — Murmuro para mim mesmo.

— Tá falando sozinho, viado?

Sustento meu olhar vendo Diguinho, um dos soldados mais chegados.

— Muita ideia na mente.

— Que merda é essa na tua cara? — Pergunta se referindo aos machucados. Ele guarda a pistola em sua cintura.

Fito o homem vendo o mesmo armado até os dentes, enquanto eu só ando com uma pistola. Não vigio nada.

— Nada não — Respondo seco.

— Tenho uma boa pra te contar. O dinheiro desviado estava vindo da seis — Diz diminuindo o tom de voz. Desço da moto quase tendo um colapso. Estava prestes a descobrir quem é o finado a me roubar?

— E quem está por trás? — Pergunto apressadamente. — Fala, porra.

— O próprio Da Seis

Da Seis, como o próprio vulgo diz, é o gerente da sexta boca e futuro defunto.

— Fizeram o que com ele?

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora