Revisado
Eu deveria estar na casa do meu mais novo patrão, as nove da manhã, todavia, são dez e meia e estou na entrada da comunidade.
Ótimo, nada mais gratificante que chegar atrasada no primeiro dia de trabalho. A dona da pastelaria mandou que eu levasse minha carteira de trabalho na contadora pessoalmente. Pura maldade, ela mesma poderia ter feito.
Foi fácil achar a casa de Felipe, era onde Cristiane e ele estavam ontem antes de minha entrevista.
Bati algumas vezes no portão, despertando olhares atentos de alguns homens que guardavam a casa. Olho para os lados e vejo a campainha bem ali, se fosse um animal feroz já tinha me mordido. Antes que eu pudesse usufruir da campainha o portão se abre, me revelando uma senhora baixinha e gordinha.
— Oi, bom dia. Me chamo Mariana, sou a Cuidadora. — Explico ansiosa.
A mulher abre um sorriso forçado e me abre um pequeno espaço para passar. Antes que eu pudesse caminhar para dentro da casa, sinto uma mão me segurar pelo braço. Viro meu pescoço bruscamente e vejo a senhora com uma feição preocupada.
— Olha, o patrão já estava reclamando do seu atraso. Ele vai falar um pouco — suspira — mas não de ouvidos, normalmente ele reclama mesmo. — Atenta ela.
— Tudo bem, sem problemas. Obrigada pelo aviso.. hãn... Qual é o nome da senhora? — Pergunto confusa.
— Luzia. Venha.
Sigo a mulher até a casa. Era antiga, móveis rústicos como se alguém fosse bastante apegado(a) aquela mobília, talvez a mãe de Felipe. A casa era grande. Não havia um luxo extraordinário, o que me surpreendeu por ser a casa do Chefão. Ele tinha uma certa condição, não é?
Era incrível, o cheiro do perfume daquele homem estava em todos os lugares.
— Tu gosta de chegar atrasada, né?
Ouço a voz de Felipe. Me viro fitando o homem arrumado, cujo estava colocando o relógio em seu pulso.
Respiro fundo tentando não respondê-lo.
— Mil perdões, tive que le...
— Beleza. Vem, vou te apresentar minha mãe. — Ele diz me interrompendo.
Fito Luzia, totalmente nervosa, ela apenas faz um sinal para que eu o seguisse, então o faço.
Felipe para em frente a uma porta que estava entreaberta. Assim que entra ele me revela uma mulher deitada em uma cama. Naturalmente imaginei uma idosa, mas não era, estava longe disto.
O homem vai até sua mãe e deposita um beijo em sua testa.
— Bênção, rainha. — Felipe diz, me surpreendendo.
Quem poderia imaginar que um homem cheio de pose, todo poderoso ainda toma a benção de sua mãe?! Eu não.
— Qual é o nome dela? — Pergunto deixando minha bolsa no chão.
— Gleyce. — Sua voz soa rígida. — Mãe essa é a...
— Deixa eu que eu me apresento, ainda tenho voz. — Digo ríspida. — Oi dona Gleyce, me chamo Mariana e vou cuidar da senhora.
A mulher não esboça nenhuma reação. Me agaicho abrindo minha bolsa, tiro de lá uma lista que eu havia feito. Caminho até Felipe que estava de pé em frente a cama, me observando. Entrego a lista em sua mão, ele me encara sem entender, logo desvia seu olhar para a lista e sorri.
— Pra que tudo isso? Shampoo infantil? Tá de sacanagem? — Diz incrédulo ainda analisando a minha lista
— A imunidade da sua mãe está baixa, e com um tempo isto vai piorando. Vê como os olhos dela estão vermelhos? — Aponto para a senhora. Felipe acena com a cabeça — É porque a química dos shampoo comuns está os irritando e isso pode gerar uma catarata mais tarde.

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CDC - Concluída.
Teen FictionHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...