46

39.6K 2.5K 707
                                    

• Leia a nota final.

Após acomodar Ana no quarto de Felipe, vou até o de Gleyce, afim de acomodar a mulher em sua antiga cama. Enquanto estico o lençol se sua cama, sinto seus olhos me fuzilarem, encaro a mesma e lanço um sorriso.

Ela estreita os olhos mas não diz nada. Caminho até a mesma e seguro seu corpo, ajudando a mesma a caminhar até a cama. Ela estará maravilhosa se comparada a mulher que conheci tempos atrás. Após se deitar, ela segura meu pulso, tomando minha até para si.

Vo-você gosta...do Felipe?

Indaga.

— Mas é claro que sim.

Então seja seus olhos.

Arqueio minha sobrancelha, sem entender absolutamente nada.

— Não entendi.

E-estou com sono. Vou dormir.

Ela simplesmente desconversa, fechados olhos e dorme, como se eu não estivesse.

Saio de seu quarto pensando no quão a família desse homem é estranha. Sempre uma confusão, sempre alguma coisa para tirar a paz. Adentro a cozinha e me assusto quando vejo Ana sentada, tomando o que parecia ser café. Pego o copo de cerveja que eu havia esquecido em cima do balcão, e despejo o líquido na pia.

— Ela dormiu? — Ana pergunta.

— Sim. Mas antes me disse uma coisa estranha

— O que ela disse?

Ela da um gole em seu café.

— Pediu para eu ser os olhos de Felipe.

— Não ligue. Ela está ficando velha, não diz coisa com coisa.

— Certo. Como você está? Precisa de algum remédio?

Ela nega.

— Meu coração está doendo mais que os hematomas.

Por um momento achei que ela iria chorar, mas ela não o fez.

— Eu sei que não vai ser as traições que irá fazer ele sair da sua mente.

— As traições não, mas sua morte sim. Terei que carregar o peso da morte de alguém...outra vez.

Opto por não perguntar nada além, não me interessa e esse assunto iria deixá-la ainda mais triste.

— Bom, você pode dormir aqui hoje.

— Não. Eu não vou parar minha vida por conta do que ele fez. Tenho muito o que resolver — ela suspira—. Só estou esperando eles retirarem aquele merda da minha casa.

— Tudo bem. Se quiser, posso ficar com sua mãe.

— Se não for atrapalhar... preciso de um tempo para mim. — Confessa.

— Eu entendo.

A vida de Ana não estava sendo fácil, me ponho em seu lugar, eu teria surtado. Enquanto eu cuido de minha mãe, meu marido me traí. Por outro lado, nós duas sabíamos que Felipe iria matar seu ex-marido e de certa forma noto que Ana não estará tão abalada com isto. Talvez seja impressão minha e ela já tenha deixado de o amar a muito tempo e até mesmo já desejaria sua morte.

Fiquei conversando com a mesma durante um bom tempo, após sua mãe acordar ela me ajudou a fazer algo para a mesma comer e então pediu meu celular emprestado, ligou para alguém e simplesmente saiu. Não disse para onde iria, nem com quem iria. Me preocupei mas Ana não é uma criança, sabe o que faz. Gleyce estará bem alimentada e em segurança, juntinha a mim, isto me deixava mais aliviada.

Felipe chega em casa umas onze da noite. Sem camisa, fedendo e cansado. Ele se joga no sofá, passa a mão pelo rosto e respira fundo.

— Só pica pra eu segurar, irmão. — Murmura.

Fito o mesmo mas continuo sentada na poltrona, com meu celular em mãos, ignorando completamente a pesquisa que eu havia feito na internet, em relação a cirrose. A morte de meu pai havia me afetado de tal maneira, eu queria de todas as formas culpar alguém mas não havia um culpado, exerto ele mesmo; por beber descontroladamente.

— Quer comer? — Indago gentilmente

Ele nega me encarando.

— Vem cá, neném — Felipe chama.

Estava tão doce que não parecia o homem de algumas horas atrás. Me dou conta que ele tem duas personalidades, Ret e Felipe. Prefiro ter o Felipe... Sempre.

Me levanto e caminho até o mesmo. Me sento em seu colo, colocando uma perna de cada lado. Felipe afunda seu rosto em meu pescoço e deixa leves mordidas no local, fazendo minha intimidade latejar com tal ato.

— Cadê minha mãe e Ana?

Pergunta sem tirar o rosto do meu pescoço.

— Sua mãe está dormindo. Ana saiu.

Ele me encara um pouco surpreso.

— Onde ela foi?

— Eu não sei. Não é de nossa conta.

— É sim. Não quero quer que matar outro filho da puta.

Meu corpo se arrepia com sua confissão. Eu já sabia que eles iriam matar o marido de Ana, mas ouvir isso de sua boca me deixou um pouco surpresa.

— Até que ela estava bem tranquila.

— humm...— Felipe não dá a mínima, em seguida aperta minha bunda com força.

Abro um sorriso involuntário

— Vamo lá pro quarto. — Pede com a voz mais rouca que o normal.

— Vai tomar um banho primeiro, você está fedendo demais.

Confesso.

Ele me encara fingindo está ofendido.

— Ah, é? Então agora tu vai sentir meu perfume natural.

Felipe me agarra e joga meu corpo no sofá, tentando me abraçar e esfregar seu suor contra meu corpo. Eu só sabia rir.

— Para, seu fedorento. Saaaaai

— Só se você disser que eu sou o mais cheiroso do mundo.

Eu nego tentando empurrá-lo. Felipe segura minhas mãos e aproxima sua axila do meu rosto.

— Tá bom, tá bom. Eu digo! — Digo desesperada.

— Então diz.

— Você é o homem mais cheiroso do mundo.

Ele finalmente me solta. Minha barriga estava doendo, de tanto rir.

— Vou tomar um banho. Quero te encontrar sem roupa, deitada na cama.

Ele se levanta e sai, todo convencido de que eu realmente iria fazer tal coisa.

Noto que sua pistola havia caído em cima do sofá, observo aquilo por um tempo. Pego a mesma e sinto o peso...estava carregada. Aponto para a estante e finjo que estou atirando. Totalmente sem jeito.

Por alguns segundos lembro de minha mãe. A mesma fora atingida por uma bala perdida. Solto a arma de fogo em cima do sofá e suspiro.

Que grande ironia do destino.

_________Nota final____________

Olá, flores do meu jardim. Fiquei um tempo longe — como sempre rs— mas finalmente voltei e pretendo terminar essa bagaça de uma vez. Gente, muitas pessoas perguntam porque eu não termino logo é simples: Meus livros não tem capítulos prontos, eu simplesmente crio tudo na hora. Por isso eu gosto quando vocês comentam porque se eu ver uma ideia boa, eu encaixo na história.

Outra coisa, terá sim uma livro sobre a vida de Ana.

Última coisinha. A triologia + Rocinha FOI EXCLUÍDA, não existem mais. Eu simplesmente quis excluir porque cansei de ser conhecida por essa triologia.

É isso, espero que vocês comentam e dêem bastante dicas. Bjs

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora