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Sinto algo bater contra meu rosto, a força não era grande, mas era o bastante para incomodar meu sono. Ignoro e tento voltar a dormir.

Não demora muito para que eu sinta algo gélido contra meu rosto. Em um susto, abro meus olhos rapidamente e o vejo de pé, em minha frente, rindo da minha reação. Ponho a mão em meu rosto sentindo um líquido desconhecido escorrer até meu pescoço. Água. Fito as mãos de Felipe, havia um copo na mesma e na outra o celular.

Eu não acredito no que ele fez.

— Você está louco? — Pergunto nervosa. — Por que fez isso, seu imbecil?

— Você não acordava, porra — Diz rindo — O cara está lá embaixo com as roupas. Ana já ligou quinhentas vezes pra você.

Noto que o celular em suas mãos na verdade era o meu.

— Você leu minhas mensagens?

— Por que, tem algo a esconder? — Indaga desconfiado. — Está com senha.

Ele joga o celular em cima de mim.

— Já estou indo, só vou escovar os dentes.

Levanto da cama tentando secar meu rosto com a palma de minha mão. Sinto suas mãos puxarem minha cintura, antes mesmo que eu pudesse caminhar. Seus lábios vão de encontro ao meu, em em selinho rápido.

— Ta molhadinha, amor — ironiza meu estado.

Dou um tapa em seu braço e ele ri.

— Isso vai ter volta, Ret, me aguarde. — Digo vingativa.

— Tá famosa, sabia?

— Famosa?

Ele me solta e caminha até a cômoda, onde estará seu celular a carregar. Felipe vem até a mim com ele em mãos, enquanto busca algo no mesmo.

— Se liga — Diz sorrindo, mostrando-me seu celular.

No aparelho havia um print, uma página de fofocas da comunidade. Um texto em cima e abaixo uma foto de duas pessoas se beijando...poderia ser normal para mim, se a foto não fosse nossa, em cima do terraço na noite anterior. O texto me deixou ainda mais intrigada.

Ret passa rodo deveria ser o vulgo. O comandante está pegando a cuidadora da própria mãe. Esse não deixa passar nada, literalmente. Não sabe-se ao certo seu nome, mas a morena foi a primeira vista na casa do nosso presidente. Será que é namoro ou diversão? Fontes dizem que a mulher em questão não é tão atraente assim”

Mas que merda era aquela? Como alguém teria coragem de publicar algo difamando outra pessoa? Ninguém neste lugar me conhece. Pela forma que digita, a pessoa não é totalmente burra, há neurônios funcionando então porque não usa essa merda antes de publicar isto?

— Eu não achei graça — Digo sentida — me ofenderam, Felipe.

— Ah para. Tá ligada que para mim você é muito atraente. Isso basta. 

Ele se aproxima, eu me afasto. Aquela maldita publicação maldosa havia me magoado. Nunca fui a mais popular, nunca tive um corpo excepcional mas me por desta for para pessoas que nem conhecem minha história? Ah, isso é demais.

— Diz isso porque lhe colocaram em um pedestal, comandante. — Espeto indignada.

Mordo meu lábio com força, reprimindo a vontade de chorar. Que coisa mais tosca... ultimamente minha fragilidade é nítida. Antes que ele perceba busco por minha escova, dentro de minha bolsa.

— Quer que eu faça algo em relação? — Pergunta guardando o celular. Eu apenas nego — porra, não deveria ter mostrado a você.

— Vou escovar os dentes.

Pronuncio fitando o chão. Saio de sua presença deixando Felipe com as mãos na cintura, tentando entender onde foi que errou. O problema não foi ele ter mostrado, mas sim ter um Facebook deste tipo.

Entro no pequeno banheiro de seu quarto, sentindo o chão gélido d úmido abaixo de meus pés descalços. Xingo Felipe mentalmente por não secar a merda do chão. Na prateleira avisto shampoo, condicionador, aparelho de barbear e dois vidros de Malbec, então este era seu perfume. Termino de escovar meus dentes e percebo um vidro de enxaguante bucal, decido usá-lo mas me arrependo amargamente quando o líquido queima toda a minha boca. Cuspo tudo na pia e devolve o frasco para seu local.

— Que troço ruim — Reclamo pondo minha língua para fora.

Tanto tempo que não tenho dinheiro para comprar que havia me esquecido o gosto, e que mesmo sem álcool essa coisa é terrível.

Fito meu reflexo ao espelho e suspiro. Ponho meus cabelos para o lado e abro um sorriso forçado.

Foda-se, não nasci para aguardar ninguém.

Liberto-me de meus pensamentos maldosos quando dou conta de que havia alguém a me esperar. Saio do banheiro e noto a ausência de Felipe em seu quarto. Guardo minha escova e caminho até a sala onde estará a tal de Karoline, sentada ao sofá, mexendo em seu celular. Ao notar minha presença ela se levanta caminhando em minha direção.

— Oi, gata. Prazer Karol — Diz me dando um beijo em cada lado do rosto.

— Sou Mariana. — Digo um pouco acanhada.

— Finalmente sei seu nome. Meu Facebook só dá você. — Diz rindo. — comunidade tá berrando para saber quem tá com o Ocó Odara.

Diz fazendo alguns gestos com sua mão e corpo.

— Eu pessoalmente não gostei muito do que fizeram. — Explico.

Karol caminha até o sofá me dando a visão de seus saltos tamanho médio. Sua saia rosa pink curta definirá seu bumbum avantajado.

— Não vou te dar o truque, gosto de ser sincera é melhor você desaquendar, porque o povo aqui adora um babado. Principalmente envolvendo o bofe. — Diz me fazendo ficar confusa com suas gírias.

— É difícil se acostumar com isso. Felipe não é nenhum celebridade.

— Liga o pisca alerta, se você não se acostumar, outra vai. — agora bem ver algumas roupas, porque esse Fashion discontrol me deixa de cara.

Concordo com ela e me sento ao seu lado. Noto que Felipe não está em casa, mas procuro não me concentrar nisto. Karol está aqui para me ajudar e minha atenção no momento será somente dela.

Ela mostra algumas roupas e balanço a cabeça negando. A maioria não me agradará muito. Short curto não é uma boa opção mas mesmo assim experimento um e fico de pé em sua frente.

— Não posso ir na casa da irmã dele com a minha bunda a mostra — Digo rindo. Viro de costas para que ela possa ver a pompa de minha bunda a mostra.

— Boba, você o que é bonito a gente divulga — Diz me analisando — apesar de que você é bem magrinha, né bicha?

Não me reprimo e solto uma risada em concordância.

— Tenho um moletom da Oakley, feminino. É maravilhoso, mas não trouxe. — Se repreende.

— Bem que você poderia ir buscar para mim — Peço doce.

Ela se levanta jogando o cabelo para trás.

— Para a mapôa do chefe? Tudo. Quer ir junto?

Mordo meu lábio pensando um pouco e não vejo malefício algum nisto.

— Vamos.

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora