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Se eu pudesse sair correndo daquele lugar, eu o faria sem pensar duas vezes. Por mais que eu esteja livre de Felipe, ainda carrego algo que nos une e ele aproveita essa fato para querer me dominar. Eu não dou o braço a torcer então inicia-se uma guerra.

O fato dele trazer Rayssa na comemoração da minha gestação, mostra que ele seguiu em frente — um pouco rápido — e não se importa se vou ficar ou não chateada. Impossível mentir, eu estou destruída, por mais que eu não queira ficar com Felipe agora, o fato dele seguir em frente só mostra que eu não significo muito para o mesmo e que todas as suas palavras bonitas diferenciadas a mim foi puro ego, medo de perder, ficar sem sua posse. Era assim que ele me via, como um objeto. Após o terrível episódio da foto, sinto uma tremenda vontade de chorar mas isso passa quando vejo Diguinho subir as escadas. Eu não deveria, mas fiquei feliz em vê-lo. Tão humilde, tão simples, tão gentil. Esse ai sabe como é ser humano. Ana teve a brilhante ideia de juntar as mesas, estávamos sentados Felipe, Gleyce, Ana , Rayssa e eu. O falatório as risadas daqueles homens me fazem querer encher a cara, mas não posso. Essa festa foi feita para Felipe inflar seu ego, não para mim, já que todos cumprimentam e parabenizam a ele, somente. Eu sou apenas o útero, não é mesmo? Idiotas. Observo Rayssa que não para de beber um minuto. Essas bebidas são diferentes, nunca havia visto.

— Oi — Cumprimento Diguinho.

— Fala tu. Como tá a cria?

Pergunta arrastando a cadeira e se sentando ao meu lado. Os olhos de Felipe nos fuzilam.

— Tá bem. Ando sentindo uns desejos estranhos — Digo rindo.

— Já da para sentir mexer?

Ele pergunta e em um ato totalmente inesperado por mim, ele põe sua mão em minha barriga nua. Minha pela se arrepia, ele nota e retira a mão rapidamente. Fito os olhos de Ret, constrangida.

— Ainda não — Respondo com a voz baixa.

— Vou ali comer alguma coisa. Já comeu? — Indaga preocupado.

— Já. Obrigada.

Ele sai me deixando pensativa. Que merda de reação foi essa? Comeu fiquei excitada com um simples toque, com Felipe não estava sendo assim. Observo Ana chegar com algumas bebidas, ao seu lado havia um garçom, ela distribuí as bebidas para os demais a mesa. Eu estava com sede.

— Pode me trazer água ou refrigerante? — Pergunto ao garçom.

— Só um minuto. — Responde se retirando do local. Em pouco tempo ele retorna com um copo colorido em mãos. Pego o copo de sua mão e vejo que a bebida parecia ser da mesma cor que o copo. Talvez ilusão de óptica. Bebo o líquido de uma vez, estava gelado, era guaraná de laranja. Estava um pouco ralo, sem gás.

— Meu Deus, ainda estou com sede — Murmuro para a mãe de Diguinho. Que estava sentada ao meu lado.

— Vou ver se consigo outra pra você.

— Obrigada.

Ela se levanta em busca de um simples copo d'água. Avisto Diguinho caminhar até a mim, em sua mão havia um pequeno prato de plástico cheio de carne.

— Toma aí — Ele põe em cima da mesa — precisa comer.

— Cara, você é demais. — Digo rindo.

Ouço o barulho da cadeira arrastar contra o chão e vejo Felipe ameaçar se levantar mas Rayssa o impede. Ela me encara com o semblante de preocupação, então me toco que ele iria partir para cima do amigo. Covarde. O pobre do homem nem se ligou, saiu dançando funk como se nada houvesse.

— Mariana, aqui. — Ana surge com um copo em mãos — Célia disse que você queria.

Meus nervos estavam a flor da pele. Pego o copo e bebo todo o líquido de uma vez. Novamente guaraná de laranja sem gás.

Alguns minutos se passam e eu ouço meu pai me gritar. Alto, muito, muito alto.

— O QUE FOI, PAI? — Grito e todos me encaram.

Fecho meus olhos com força e vejo cair o que parece ser pétalas de flores, tento pegar algumas mas acabo por cair da cadeira.

— Caralho. — Era a voz de Felipe, estava tão longe — Mariana? Levanta.

— Cadê meu pai? — Pergunto sentindo meu corpo leve e minha voz baixa.

— Não grita. Seu pai não está aqui.

Felipe se transforma em um demônio. Ele tem uns três metros de altura, há chifres em sua cabeça. Ele sorri maldosamente. Meu coração está disparado, minha boca seca.

— SOCORRO. ME SOLTA — Grito — SAI DAQUI

Chuto suas mãos e me levanto. Minhas mãos ficam dormentes, arregalo meus olhos encarando aquelas pessoas que me observavam e davam gargalhadas. Estão rindo de mim.

Olho para o chão e o mesmo afunda, criando um enorme buraco. Céus, eu iria cair ali. Sinto alguém me segurar pela cintura, me debato enquanto todas àquelas pessoas dão gargalhadas. Olho para trás, afim de ver quem me segura.

— Sua vadia, imunda — A pessoa diz. Era Cristiane.

Sinto que estou babando mesmo sem permissão.

— O que está acontecendo, Mariana, por favor. — Cristiane diz sorrindo.

— ME...SO-SOLTA — Grito tentando respirar — ELA VAI ME... MATAR.

Aos poucos todas àquelas pessoas vão se desfazendo, como se estivessem derretendo. Aquilo me pareceu tão engraçado que entro em uma crise de risos. Simplesmente foi a coisa mais hilária da minha vida.

Que saudades minha filha.

É a voz de minha mãe. Corro meus olhos para o local mas não encontro. Cristiane me atira contra o chão, eu caio.

Vejo mamãe se aproximar de mim. Ela põe suas mãos em minha bochecha, me fazendo encara-la.

— Está drogada. — Ela diz, me fazendo abrir um sorriso. — As pupilas dela parecem duas bolas de gude.

Mamãe desaparece, dando lugar ao demônio. Eu chuto o demônio com toda a minha força mas surgem outros e seguram meus pulsos e minhas pernas. Tento cuspir neles mas nada os atinge.

— EU VOU MATAR VOCÊS. SEUS DESGRAÇADOS. — Grito eles dão risadas.

— Desculpa princesa, mas eu vou ter que fazer isso. — Diz o demônio.

Em seguida sinto um impacto conta meu rosto, me fazendo apagar.

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Meninas a história está chegando ao fim. Vamos ficar de olho e FAVORITAR

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora