Uma semana depois...
Lugar podre, pobre, precário. Nunca havia sido preso, sempre paguei meu arrego na máxima suavidade. Pela madrugada os gritos dos detidos atrapalhava o sono, o mesmo que eu não tinha. Cada segundo nesse manicômio parece uma eternidade.
Após ordenar a entrega do dinheiro para os corruptos, fui liberado.
Nada se compara a estar em casa, no meu lugar. Tomar um banho de verdade, sem ter marmanjo de olho no meu pau. Obviamente fiquei em cela separada, sozinho. Não poderia ficar junto aos demais, eles me matariam facilmente.
Comunidade não acreditou que fui preso, quando saiu em um tal de Facebook de fofoca. Não sei quem criou essa porra mas não me importa.
Uma coisa martela em minha cabeça, me deixando puto. Mataram Da Seis, ele não quis entregar quem estava com ele no rolo. Terei que descobrir sozinho, será complicado.
Enrolo a toalha em minha cintura e saio do banheiro, me olho no espelho e agradeço por estar em casa. Pego meu celular e ponho no carregador, uma semana descarregado. Ligo o mesmo e vejo diversas mensagens, celular até travou. A foto de Mariana me chama atenção, lembro-me bem do que iria fazer antes de ser agarrado.
Será que ela está bem?
Ouço a voz de Ana vindo da sala, antes de vê-la disco o número de Mariana.
Chama algumas vezes mas logo ouço sua voz, aliás, muitas vozes.
— Onde você está? — Pergunto.
— Felipe? Eu estou no trem. O que você quer?
Noto a indiferença em sua voz.
— Quero te ver.
— Você só pode estar me zoando? Cara, você some, não se preocupa em mandar uma mensagem e ainda quer me ver? — Ela ri —me esquece, Felipe. Eu estou bem e quero permanecer longe de você.
Minha raiva só aumenta.
— Você não sabe de merda nenhuma. Pra estar com essa marra toda já deve estar com o mer... — Ela me interrompe.
— É, eu estou com e quero continuar. Me esquece, Ret. É melhor para ambos. Adeus.
Desliga.
Algo subiu dentro de mim, era ódio, o mais puro ódio. Mesmo cheio de coisa para fazer, opto por ir atrás dela. Eu estava cego.
— Fiquei com saudades.
Me viro avistando Ana me encarar. Apenas lanço um sorriso forçado.
— Tô saindo, pede pra Luzia da um pulo aqui. Essa casa está fedendo.
— Não vai ir ver minha mãe? — Pergunta surpresa.
— Agora não, tenho que resolver um negócio. — Digo rápido.
Pego minha cueca e meu short, me viro para a parede e retiro a toalha ouvindo Ana reclamar.
— Eca, Felipe. Que nojo! — Reclama ela - bunda branca da porra.
— To indo na Mariana. — Digo vestindo meu short.
Isso pareceu surpreender minha irmã.
— Vai se arriscar de novo? Felipe, nem conversamos, nem sei se você está bem, se te maltrataram. Cara, você acabou de chegar a favela toda está preocupada com você. — Diz nervosa.
— Fica tranquila. Sei me cuidar.
Pego a chave do meu carro, minha pistola que normalmente fica escondida embaixo do colchão. A minha favorita foi apreendida.

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CDC - Concluída.
Teen FictionHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...