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      Já estava na décima fatia de torta, contando com exagero, é claro mas meu estômago doía, já não aguentando mais comer.

Observo todas aquelas caixas de tortas ao meu redor. Tudo isso é um enorme erro, os doces irão estragar  eu não queria que acontecesse.

Claro, estou feliz e admirada com o que Eduardo fez por mim, foi um gesto realmente belo, de tirar o fôlego. Me pergunto como uma homem desses ainda pode estar solteiro, ele é o sonho de qualquer  mulher; Alto, bonito, sorriso impecável, atraente e educado. Será que há algum defeito tão grande a ponto de cobrir todas estas qualidades? Percebo que não sei muito sobre o homem sentado à minha frente.

— Você já foi casado? — Indago muito de repente.

Eduardo desvia seu olhar do prato e foca em meus olhos. O canto de sua boca estará suja de chocolate, era engraçado.

— Felizmente, não. — Diz curto.

— Felizmente? Acha casamento algo ruim?

Arqueio minha sobrancelha quando ele ri.

— Digamos que eu não tenha tido uma boa primeira impressão. — Ele nota que continuo sem entender — Fui novo durante três anos, no dia do casamento eu terminei com ela.

Disse simples e voltou a comer sua torta.

Fico realmente surpresa com sua revelação, sei que ninguém é obrigado a amar ninguém e que o relacionamento de muitas pessoas esfriam. Pobre menina, deve ter sofrido tanto.

Não dá para julgar.

— Mas você não percebeu que o relacionamento ficou frio? Deveria ter terminado antes de tudo.

Eu estava sendo invasiva.

— Não foi por isto que deixei Estela. Eu a amava, tal como ela a mim. — Ele põe o prato em cima da mesa — ela estava grávida.

Um verdadeiro ponto de interrogação se forma em meu rosto. Não acreditando que Eduardo seria canalha a ponto de deixar a menina desolada simplesmente por não querer assumir um filho. Eu poderia facilmente xinga-lo mentalmente.

— Como assim? Eduardo, você deixou a menina só porque não queria assumir um filho? — Pergunto irritada.

Ele apenas ri da minha reação.

— Também não foi por isso, esquentadinha. — Ele Zomba de mim, o que me irrita ainda mais.

— Por que então, Eduardo? Me dê um motivo convincente porque estou a ponto de lhe jogar uma torta bem no meio do rosto. — Ameacei. Ele fica em silêncio por alguns segundos.

Eu sou estéril, Mariana.

Engulo meu julgamento precipitado junto a qualquer vestígio de torta que havia em minha boca.

Ela o traiu, e ainda engravidou. Que mulher podre. Certamente não merece um homem como ele.

Noto que o assunto havia o deixado um pouco estranho, cabisbaixo talvez. Me repreendo por ser tão profunda en minhas perguntas, minha intenção não era essa. Não consigo imaginar o que ele passou, sentiu mas sei que doeu porque somente o assunto foi capaz de deixá-lo desta forma.

Levanto-me e caminho em sua direção, me sento em seu colo, colocando cada perna de um lado. Seus olhos se intensificam. Sua mão repousa em minha cintura. Limpo o canto de sua boca com meu dedo e abro um largo sorriso.

— Boba, perdeu um homem magnífico. — Digo olhando em seus olhos.

Não demora muito para que o homem atacasse meus lábios com os seus. Levo minhas mãos até sua nuca onde arranho ligeiramente.

Eduardo se levanta comigo em seu colo mas sem deixar que o beijo se rompesse. Minhas mãos correm em volta de seus braços, afim de sentir cada músculo.

Enquanto eu o sentia dentro de mim, sua mão acaricia meu rosto, seus dedos grossos contornam meus lábios. Não fecho meus olhos por um segundo se quer, afim de capturar cada momento.

Minha mão aperta levemente sua nádega e ele aumenta a velocidade, não muito, mas na medida perfeita para mostrar-me o delírio de perto. Em um beijo calmo ele aperta um de meus seios, o que me faz arquear as costas mostrando que meu limite estará próximo.

Tão linda — Sussurra em meu ouvido, em seguida deposita um beijo em cima de minha tatuagem, no pescoço.

Esse homem é uma excelência em vários sentidos.

Sua respiração estava desregulada, não muito diferente da minha. Com sua cabeça repousada em meu peito, Eduardo imita as batidas do meu coração com a ponta de seu dedo, em cima do meu braço.

Não sei exatamente o horário mas assim adormecemos.

Fui drasticamente despertada com o som do meu celular. Alguém estava me ligando.

Será que aconteceu algo com meu pai?

Corro até minhas roupas ao chão e o vejo jogado. Provavelmente caiu do meu bolso, ocasionando uma rachadura na tela. Antes de aprender vejo que já se passava das oito da manhã.

— Alô?

É o Felipe. Tô na sua casa.

Meu coração gela. O sono vai embora no mesmo instante.

— O que você está fazendo aí?

Te esperando, não demora.

Ele desliga sem ao menos me dá uma explicação. Será que ele fez algo contra meu pai? O terror toma conta de mim.

Ele não seria capaz, seria? Não há motivos para isto.

Me viro observando Eduardo dormir serenamente, não queria ter que acordá-lo mas infelizmente não sei r embora sozinha. Não poderei dizer o real motivo de estar indo embora desgraçadamente, tenho certeza que ele iria fazer algo para tirar Felipe do sério.

Visto minhas roupas rapidamente e vou até o homem deitado a minha frente. O chamo calmamente. Ele abre os olhos e ao me ver, um sorriso lindo.

Que homem.

— Bom dia. — Digo sorridente — Meu pai ligou, preciso ir.

Minto, vendo seu sorriso se desfazer.

— Eu tinha planos para nós agora pela manhã — Diz tristonho — Tudo bem. Deixaremos para a próxima.

— Me desculpe.

Eduardo se levanta ficando diante de mim, assim me dando a visão perfeita de seu corpo nu.

— Tudo bem, princesa. Ele em primeiro lugar.

Seu sorriso seria capaz de alegrar por completo meu dia, se não fosse o fato de ter um doente mental sozinho em casa com meu pai.

Em dez minutos Eduardo já estava pronto para me levar de volta. Dentro do carro ele conversava sobre coisas aleatórias, enquanto eu fitava meu celular. Notando isto, Eduardo pega o celular de minhas mãos e o joga no banco de trás.

Logo não irá restar celular para mim.

Estou falando com você. — Diz nitidamente irritado com a minha falta de atenção.

Eu não conseguia parar de me perguntar o porquê de Felipe estar em minha casa após esse tempo.

— Desculpe. Estou preocupada com meu pai, só isso. — Digo levando minha atenção para a estrada.

Ele faz o mesmo e não diz mais nada.

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora