Termino meu café e deixo o copo em cima do balcão da padaria. Ultimamente tenho dormido pouco, estou parecendo um zumbi, irmão. Evito ir para casa — e consequentemente lembrar dela — então fico indo de ponto em ponto, faço meu trabalho e quando vejo o dia já amanheceu. Não vou negar, tenho cheirado demais, ainda mais que antes. Hoje quero ficar limpo, dia de comemorar a gestação da outra lá. Vagabunda, me deu um pé no rabo legal. Beleza, ela tem milhões de motivos, mas porra só de ficar sem ela dentro de casa, eu piro.
Dou uma olhada em meu celular, algumas mensagens.
“Que venha mais noites como a de ontem”
Rayssa. Porra, fiz uma merda do caralho. Peguei a mina no momento de raiva e de seca, sai do barraco de Mariana puto por ela ter terminado comigo e pensei que esse seria o troco perfeito. Sou bicho solto, sempre fui mas dessa vez me deu um peso da porra. Rayssa é boa, me satisfez mas em compensação não vai sair do meu pé.
— Bico fechado. — Mando para ela em áudio.
Observo a comunidade agitada, tudo em perfeita paz. Faço meu trabalho muito bem feito mas minha vida pessoal tá uma merda.
— Fala tu — diz um dos soldados.
— Qual foi, meno. Desenrola.
— Já chegaram os bagulho lá Espaço do Nei.
Local onde seria a comemoração.
— Tranquilo. Tô partindo, só vou tomar um banho. — Ele assente e sai. — Aí, Zeca. Pendura — Digo ao dono da padaria que faz um sinal de positivo.
Tiro minha camisa e jogo no ombro, se me importar com os olhares atentos. Sol da desgraça. A casa de Ana ficará mais perto, provavelmente não tem ninguém em casa, ela deve estar com a minha mãe na casa de Mariana. Entro em sua casa, pulo a janela e tomo um banho, visto a mesma roupa.
— ANA! — Ouço alguém chamar.
Já de saída, eu pulo a janela e abro o portão. Dou de cara com um maluco que nunca vi em toda a minha vida. Ele carrega um mochila e uma sacola com o que parecia ser uma espécie de planta.
— Qual foi? — Digo — Ela não tá em casa. Tu é de onde?
— Eu sou o garçom que ela contratou...quer dizer, somos amigos mas ela me contratou para hoje. — Explica um pouco nervoso.
— Ah, suave. Caralho até garçom essa porra chamou? Ta querendo me falir.
— Eu não cobro caro. — Ele brinca.
— Tô partindo pro lugar onde vai rolar a festa, mas acho que tá muito cedo pra você ir.
— Ah, está. Eu só quero dar uma coisa a ela. — Diz. — eu sei onde fica o local, estou indo então. Obrigada
— Quer que eu peça um menor pra te levar, não?
— Não. Tá tranquilo, obrigadão.
O cara sai andando. Ana tem uns contatos fodidos mesmo. Falando em contato, dou uma olhada no aplicativo do banco de Mariana. O dinheiro que um comprador depositou, já caiu na conta que ela me emprestou. Abro um sorriso ao ver o valor.
Quando chego ao local não vejo minha mãe, Ana ou Mariana. Havia algumas pessoas que trabalham para no local, arrumando as cadeiras junto as meses. Pego meu celular discando o número de Ana
— Oi, Felipe.
— Vocês estão aonde?
— Na Mariana. Não vamos sair daqui agora, ela está se arrumando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CDC - Concluída.
Novela JuvenilHomem rude, mente fechada, usuário de cocaína e com a mente dominada por demônios tão confusos quanto o mesmo. Coração na sola do pé - exerto por uma pessoa; sua mãe -, e por isso Felipe irá contratar uma cuidadora de idosos, Mariana Ribeiro. Sem t...