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Eu literalmente estava parecendo uma criança. Sentada ao meio da sala com a cesta entre minhas pernas. Metade daqueles doces haviam ido para meu estômago. Sou eternamente grata a Diguinho por dizer a meu namorado que eu estava com vontade de comer algodão doce. Ele colocou na cesta, tão atencioso.

— Ô ratinha, bora lá na minha mãe. — Felipe diz pegando a cesta do chão — não pode ficar comendo doce assim, cara.

— A Ana já sabe. Contei a ela

Digo me levantando.

— Eu sei. Quem tu acha que consegui essas coisas para mim? — explica — tenho jeito pra isso não.

— Você é o melhor homem do mundo.

Digo um tanto quanto exagerada. Encaixo meus braços em seu pescoço e dou um selinho.

— Por que ficou com medo de me contar? — Indaga ele.

— Você não me parece o tipo de homem que queira ter filhos, além de ter me dito aquelas coisas ontem.

— Falei aquilo brincando. Sempre quis ter um filho. Me admira você me julgar pela aparência. — Diz ofendido.

— Não quero brigar. Vamos até sua mãe?

Ele apenas assente.

Após num pouco de luta, consigo convencer o senhor sedentário a ir caminhando até a cada de Ana, que não era tão longe. Durante o caminho algumas pessoas parabenizam Felipe e mesmo sem me conhecer, parabenizam a mim também — óbvio — ele vai fez sozinho.

Quando finalmente chegamos a casa de Ana, a mesma estará sentada na calçada junto a Rayssa e outra menina. Lógico que estranhei este relacionamento dela com Rayssa.

— Iaê, como foi? — Pergunta ela se levantando. — Gostou, Mari?

— Ele não poderia fazer melhor, não é meu amor?

Digo segurando o braço de Felipe, que logo percebe que o motivo era Rayssa estar o encarando. Ele apenas acena com a cabeça.

— Cadê minha mãe? — Indaga severo.

— Lá dentro assistindo novela.

— E você fica enchendo a cara aqui fora? E se ela precisar de alguma coisa?

Aperto o braço de Felipe, sinalizando para o mesmo ficar calmo.

— Ué, Lipe ela está falando perfeitamente. Consegue até ir aí banheiro.

— Foda-se, Ana. Você quis ficar com ela, cadê o caralho da responsabilidade?

— Fala direito comigo. — Ordena, Ana — Não sou obrigada a ficar ouvindo desaforo teu, não.

Ret da um passo a frente, ela não recua, eu o seguro. Essa forma de Ana enfrenta-lo é demais.

— Chega gente. — Digo — roupa suja de lava dentro de casa. Há fofoqueiros demais.

Digo espetando Rayssa que ri.

— Vai lá Ana. Nós fica te esperando aqui — Diz Rayssa — eu sempre espero.

Essa última frase foi mais que uma indireta para Felipe. Respiro fundo e me contenho.

— Então vai esperar em outro lugar, Rayssa. Queto baderna na cabeça da minha mãe, não. — Ret pronuncia.

— Elas estão na calçada. — Ana diz nervosa.

— A calçada é minha. Essa porra toda é minha. — Ele diz sem paciência.

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora