Último Capítulo.

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5 anos depois...

Bebo um gole do meu suco observando William fitar descaradamente a garçonete. Ele definitivamente não sabe disfarçar. É nítido que a moça também está afim, mas não se pronuncia, talvez seja por estar em seu local de trabalho. Me divirto bastante com William em sua saga para encontrar a mulher perfeita. Devo muito ao mesmo.

Depois que bolei meu plano de sair da comunidade, ele me abrigou, mesmo que por pouco tempo pois eu já tinha tudo em mente. Ficaria em sua casa até resolver a situação com o banco, criei outra conta e transferi o dinheiro, isto demorou uns quinze dias — tempo que fiquei em sua casa — depois disto, comprei uma casa pequena e alguns móveis, já que ia meus — velhos e gastos — haviam ficado para trás, tais como minhas roupas. Entrei para a faculdade e a concluí. Sou enfermeira com muito orgulho. Atualmente trabalho em um hospital particular em Copacabana. Mudei de número, no mesmo dia em que sai daquele inferno...Todos os dias tento esquecer o que passei.

Agora estou em horário de almoço, chamei William para comer junto a mim, já que o mesmo trabalha no mesmo hospital como auxiliar de cozinha. Consegui esse emprego para o mesmo — ele merece muito mais — minha vida é calma, me dedico totalmente ao meu trabalho.

— Vamos? Meu horário já bateu e ela não veio falar comigo — William diz chateado.

— Amanhã a gente volta, bobo. — Conforto o mesmo.

Nos levantamos sob o olhar atento da garçonete.

Retorno ao meu posto cumprimentando os enfermeiros que acabará de chegar em seu devido turno. Pego a ficha da mão do paciente afim de verificar o medicamento que o mesmo deveria tomar. Preparo a seringa com o medicamento e o algodão embebedado com álcool. O senhor meio constrangido baixa o short e eu aplico a injeção.

— Mari, ainda está aqui. — Marta entra pela porta dizendo, apenas abro um sorriso — você é oficialmente uma zumbi.

— Isso aí todo mundo sabe. Olha a cara dela — Fabrício brinca.

— Prontinho. — Digo para o senhor — Já pode ir.

O mesmo me lança um sorriso e sai.

— Esta aqui a quanto tempo? — Eleonor indaga. Sua atenção estava no acesso que estará ao braço da paciente.

— 74 horas. — Digo. — o café é meu aliado. Falando nisso, alguém fez?

— Garota, você precisa viver.

— Tô disponível, hein — Fabrício se oferece.

Antes que eu pudesse responder Elias, nosso supervisor entra na sala. Ele me encara com os olhos semicerrados. Ele é um senhor, na faixa de sessenta anos, careca e engraçado.

— Você não deveria estar em casa, moça? — Indaga a mim.

— Voltei hoje. — Minto e ele põe a mão na cintura me encarando com feição de tédio — Fala a verdade, Mariana Ribeiro.

Rolo meus olhos enquanto jogo as luvas ao lixo.

— Vou mais tarde. Prometo!

— Certo. Preciso que você e Eleonor se disponibilizem para a campanha de vacinação infantil. O hospital pagará por fora. — Explica — estamos fechando com uma ong. Semana que vem começa a cam...

Eleonor interrompe.

— A campanha será aqui? Porque é algo comum.

— Se você deixar eu continuar — Diz rígido — vamos ir até postos públicos.  Preciso dos melhores da equipe, os que vão aguentar bem a carga horária. — Ele me encara — por isso, Mariana preciso que descanse. Sei que ama muito seu trabalho mas você precisa viver

CDC - Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora