Capítulo 3

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Levantei na manhã seguinte tentando acostumar meus olhos a luminosidade que invadia meu quarto, vale lembrar que a dor de cabeçada outro dia permanecia firme e forte.

Quando terminei toda a minha higiene pessoal, eu me sequei e coloquei um jeans azul, um All Star surrado e uma das minhas blusas favoritas de Friends. Depois disso tomei uma pílula e me olhei no espelho rapidamente depois de ver o relógio no meu celular, eram quase sete horas, e eu com certeza não gostaria de chegar atrasado no primeiro dia de aula, então ajustei meus óculos e sai do banheiro.

Eu passei rapidamente na frente do quarto do garoto quando desci as escadas, não havia sinal de vida lá dentro. Resolvi ignorar e fui para a faculdade.
•••
Era exatamente como eu imaginava, tinha um grande gramado q começava a desbotar devido o verão, algumas árvores que deviam ser mais velhas que a própria cidade, e finalmente havia o prédio.

Era dividido em três, cada um com uma ala diferente. A minha era a "B". Eu tinha aula de Ética, mas estava quinze minutos adiantado. Provavelmente a sala ainda nem abriu. Minha barriga me lembrou que eu ainda não tinha tomado café, por isso me direcionei a uma barraca popular perto do prédio, a fila estava grande, mas por sorte os pedidos vinham e iam com rapidez, e quando chegou a minha vez, eu fui atendido por uma mulher, parecia ter 30 anos, tinha grandes olhos castanhos e cabelos da mesma cor.

-O que vai ser pra você, querido?- ela perguntou de maneira gentil.

-Vou querer um Cappuccino tradicional com chantilly e canela por favor- pedi.- E também quero um desses cupcakes de baunilha.

-Ok, sai em um minuto.

E como prometido, o pedido saiu em menos de um minuto, o cheiro de cafeína me embriagou por um momento antes de tomar uma golada.

-Aqui está- entreguei o dinheiro total -Está ótimo.

-Obrigada- a mulher bondosa.

Eu sorri me despedindo e fui em direção ao meu prédio.
•••
Parei a porta com o número 23 que estava marcado no meu post-it e entrei. Eu estava com um pouco de medo, afinal, eu passei tanto tempo achando que nunca conseguiria sair da casa dos meus pais e ter minha vida, do meu jeito, com eles me dizendo que eu não conseguiria passar de uma faculdade pública local e que eu sempre seria um inútil. Foi nessa hora que as palavras voltaram a me atormentar, martelando e martelando minha cabeça sem parar...

-O que está esperando, rapaz, entre- uma mulher esguia de cabelos curtos disse, me tirando de meus pensamentos.

Foi aí que eu percebi que tinha aberto a porta e estava dentro da sala sem me mover do lugar, as pessoas que estavam sentadas nas três fileiras que eram separadas por um escadas estavam me encarando quase que com um ponto de interrogação na cabeça, e a mulher que provavelmente devia ser minha professora estava com os braços cruzados e com uma das sobrancelhas arqueadas.

Engoli em seco e subi as escadas. Eu estava de cabeça baixa e minhas bochechas estavam queimando, foi quando eu vi uma pessoa. Estava acenando para uma cadeira do lado dela. Era uma garota; tinha um rosto fino e delicado, com cabelos pretos e cacheados cortados na altura do queixo, deixando-a parecendo um leãozinho com o cabelo volumoso e a pele marrom lisa, juntamente com uma franja e um óculos Gucci que pendia em sua cabeça. 

Sem pensar duas vezes eu tomei o lugar e comecei a retirar meus materiais, um silêncio agonizante prendia toda a sala, e de repente a atenção era toda para mim. O garoto maluco com cabelo embaraçado.

-Como eu estava falando antes da ''Cachinhos Dourados'' interromper nossa aula, Sou a Jackeline, a professora de ética que vai dar as provas mais sem sentido e alucinantes nos próximos quatro anos. Agora que já nos apresentamos, página cinco.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora