Capítulo 10

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Chegamos na fachada da fraternidade.

O barulho da música eletrônica era estridente ao ponto de ser ouvida no final da quadra. Copos vermelhos e calouros estavam espalhados pelo jardim, papel higiênico estavam sendo atirado sobre a casa. Esbarrei em um bocado de gente bêbada e se pegando conforme andava para dentro. 

O lugar estaria em completa escuridão senão as luzes de festa e os pisca-piscas enrolados por aí. Eu perco a cabeça loira de Jean na multidão. Reviro os olhos. Ele veio com o papinho de que não acabaria dentro de uma piscina ou com a cabeça na privada de novo.

Ando até o balcão da cozinha. Precisava de uma bebida.

Eu merecia. Quase certeza que eu fui bem nessa prova e eu não tenho bebido nada á quase um mês.

Coloquei algo que cheirava a Vodka e cereja dentro do copo vermelho e virei. Depois de um tempo virando álcool como louco tomar um copo de Vodka batizada já não te faz flutuar. Virei outro copo.

Coloquei Vodka pura no meu copo e virei outra vez.

Depois de um tempo meu corpo ficou extasiado. Perdi a conta de quantos copos eu tinha virado naquela altura, e quer saber? Eu não ligava.

Tudo que importava agora era como parecia ter mais álcool do que sangue no meu corpo; o jeito que ele parecia se mexer conforme as batidas da música alta. 

Direcionei meu corpo para pista de dança. Meu corpo pulava no ritmo da música; eu esbarrava e batia em várias pessoas, e meus olhos se adaptavam a o ambiente a cada cinco segundo pelas luzes coloridas piscando e apagando. Senti suor rolando nas minhas costas mas não importava. Aquilo era incrível.

E quando eu vejo, estou beijando uma garota morena.

 Não impedi que ela deslizasse a língua sobre a minha, nem que acariciasse minha barriga e meu.. 

Porra; ela tinha gosto de doce e Whisky. Beijei seu pescoço. Ela cheirava a baunilha e involuntariamente eu lembrei de Call. Beijei-a com mais intensidade dessa vez, quase faminto, agarrando seus cabelos escuros e espessos por entre meus dedos.

Por que eu lembrei da porra do meu colega de quarto quando estou quase fodendo com uma garota? Afastei esses pensamentos e subi as escadas agarrando sua mão.

Não me lembro muito bem o que rolou depois. Corpos suados e gemidos é o que eu lembro.

-Porra são três da manhã- minha voz saiu como arame farpado enquanto vestia meus jeans e minha camiseta.

Desci as escadas, a festa estava rolando firme e forte, só que agora com mais gente caída e vomitando em arbustos.

Percorri os olhos por tudo. Sem sinal de Jean.

Não estou a fim de procurar por ele agora, por isso chamei um Uber.

**

Cheguei no apartamento pouco depois, estava um breu, com exceção da Tv ligada.

Reconheci os cachos lustrosos de longe, estava vendo 10 coisas que eu odeio em você enrolado na coberta, me sentei do seu lado e ele pareceu se assustar por uma fração de segundo antes de me reconhecer.

-Deus- ele colocou a mão sobre o peito.

-Não, Jason Verona- eu corrigi. Seus lábios formaram um sorriso involuntário e ele revirou os olhos.

-Achei que seu amigo iria te trazer em casa- ele disse depois de algum tempo.

-Ficou na festa.

-Ele está bem?

-Por que está interessado?

-Por que eu não estaria interessado?

Nós nos olhamos; os olhos escuros que eu sabia que estariam lá, a boca rosada retraída e o maxilar apertado. Me aproximei de seu rosto.

-Seus olhos estão escuros- minha voz saiu como arame farpado de novo, então peguei seu rosto com uma mão, passando um dedo por seus lábios separados. Seu corpo estremeceu um pouco. Meu corpo queimou, e tudo que eu queri agora era..

-Você está bêbado- ele engoliu em seco.

-É- suspirei. -Talvez esteja.

Ele desviou seu rosto para o lado, envergonhado e eu afastei meu corpo do dele.

Terminamos o filme. Ele se mexeu desconfortavelmente no sofá no final. Kat...

Me lembrava alguém. Me lembrava ele.

-Boa noite.

Ele disse. Então dobrou a coberta que ele certamente desdobraria momentos depois e subiu para o quarto.


Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora