Capítulo 39

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Novembro chegou finalmente, e com ela vieram mais alguma toneladas de provas e tarefas.

Embora pareça um pesadelo para quase todos os estudantes, não é para mim. Bom, não totalmente.

Eu trocaria minha insônia e meu vicio em cafeína sem nem pensar duas vezes.. mas também tem um lado bom.

Eu posso usar minhas obrigações como desculpa para quase tudo.

''Não posso falar agora Jason, tenho que estudar para prova de cálculo''

''Não posso ir hoje Gen, tenho trabalho de estatística''

Também uso meu trabalho como desculpa, agora que consegui.

O fato é que eu não tenho conseguido encarar ninguém a algum tempo. Quando parei com os rémedios.

Pode parecer burrice parar com a medicação quando tem ido tudo tão ''bem''... mas não estava nada bem.

Eu quase não sentia coisa alguma por causa delas. Bom, não totalmente.

E acredite, saber que a única coisa que evita o fato de você querer morrer são drogas é algo bem deprimente.

E tem sido... bom para mim? Eu não sei..

O primeiro dia foi terrível, claro. Senti aquela sensação.. de como se tudo fosse.. sem cor.

Como se eu não sentisse nada além do vazio.

Meu toc piorou nesse dia.

Jason deu de cara comigo subindo em cima dos armários da cozinha, e decidiu que o sensato a se fazer era se afastar.

Mas depois de alguns dias, eu aprendi a me acostumar a sensação. Tive que aprender a me acostumar.

Eu não tinha tempo para me auto deprimir com todos os meus compromissos. Mas mesmo que eu tentasse ao máximo prender essas emoções no meu íntimo, ainda dava alguns deslizes.

Eu não conseguia manter uma conversa, ou até mesmo um contato vísual com qualquer um a semanas, mal saia de casa a não ser para o trabalho e a a universidade... resolveria isso depois.

Era domingo, quase hora do meu turno quando Jason chegou em casa.

O cabelo dele havia crescido significativamente nesses últimos meses, e ele tinha uma tatuagem nova no pescoço que não prestei muita atenção.

-Ah, oi Cal- disse ele, jogando o cabelo negro em seu rosto para trás.

Ele me enviou um sorriso tortuoso abtual.

-Oi Jason- respondi, colocando uma mecha rebelde atrás da orelha já de pé.

-Vai a algum lugar?- tirou as botas imundas, dando me nos nervos.

Eu mesmo limparei essas coisas se ele não o fizer o quanto antes.

-Tenho que ir pro trabalho- respondi, pegando meu casaco e luvas do roupeiro.

-Entendi- seu tom de voz passou para entediado quando ele se jogou no sofá.

-Por quê?

Ele me olhou.

-É só que..- gaguejou. - Foda-se, deixe para lá- se fosse em algum desenho animado, ele estaria com fumaça em cima da cabeça escura.

Queria ficar e tirar essa informação dele. Perguntar por que ele tem dormido tanto fora de casa, e se estava bravo comigo outra vez.

Mas não tinha sentido para isso. Tínhamos decidido que nossa relação devia ser mantida em amizade... e nem isso tempo feito direito.

Ele também não tem me olhado como me olhava quando estava bravo. Não era algo parecido com.. ódio ou coisa parecida. Agora era como pena, tédio, ou simplesmente nada.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora