Capítulo 24

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Narrado por Jason

Acordo com um pulo.

Suado e duro feito pedra.

Os sonhos de merdas com ele ainda continuavam.

Eu ainda imaginava mordiscar sua pele.

Imaginava afundar os dedos naquele cabelo ou agarrar seu pescoço com uma mão.

Era torturante pensar nele assim.

Era legal irritá-lo com flertes no começo, não imaginava que acabaria comigo duro tendo sonhos eróticos recorrentes.

Eu sempre o achei bonito para falar a verdade.

Achar um nariz arrebitado, um par de olhos cor de mel e cachos lustrosos bonito não me tornava gay.

Agora aquilo estava me perseguindo.

Me irritando.

Eu mal olhava para ele sem pensar em tudo.

Ficar na mesma casa que ele era sufocante.

Transar como um louco era minha única válvula de escape.

-Puta merda- Jean disse impressionado, me colocando de volta à realidade.

O cabelo platinado estava raspado, como o meu.

Mas a voz estava grave e a cara amassada do travesseiro.

-Você está duro- ele riu -Teve que tipo de sonho?

Joguei o travesseiro com força nele.

-Vai se foder.

Ele parecia estar se divertindo.

-Não sabia que tinha um pacote grande assim- ele brinca.

-É mesmo grande não é?- deslizo as mãos para cima e para baixo com orgulho.

As pupilas dos olhos claros dilataram e um sorriso malicioso estava curvando seus lábios.

Eu sorri de volta, engolindo em seco.

Era estranho.

Era excitante.

Meu corpo quente.

Ele era gostoso.

Deus, o quê eu acabei de pensar?

-Uh, vou tomar um banho- digo levantando do colchão no chão.

-Certo- Jean diz olhando para o teto logo depois.

Peguei a mochila com uma muda de roupas minhas e uma toalha emprestada e entrei no chuveiro.

Deixei a água quente descer pelo meu corpo e relaxar minha tensão.

Podia chamar isso de tensão sexual?

Posso estar com tesão por caras?

Eu poderia ir além com o Jean antes de voltar a razão?

Afastei os pensamentos com um grande não.

Meu pau só estava confuso.

Ensaboei meu couro cabeludo e meu corpo com um shampoo e sabonete de fragrância forte.

Estar morando com Jean estava me deixando mal.

Eu não gostava de ficar me aproveitando de pessoas assim.

Ele não questionou nem pareceu achar ruim, e fiquei grato pra caralho por isso, embora eu tenha certeza que as vezes ele gostaria de estar sozinho para foder com quem quiser sem ser interrompido.

Desliguei a ducha e me sequei com a toalha.

Vesti um par de jeans velhos e uma camisa de flanela antes de passar o perfume e sair do banheiro.

Jean estava encostado no batente do corredor me esperando sair com uma toalha em seu ombro pálido.

As vezes eu nem me lembrava que ele era escandinavo.

Ele não gostava muito de ser chamado de Jean Sløvik.

Ele me disse uma vez que era por causa de seu pai, apesar de amar a Noruega.

-Graças a Deus você não demorou muito hoje- ele disse indo pra para dentro do banheiro em paços largos.

-Eu nem de longe demoro como você- provoco.

-Quer saber porque eu demoro tanto?- ele arqueia as sobrancelhas grossas.

Fingi vomitar antes de ir até a bancada de sua pequena cozinha e escutar a porta bater.

A geladeira dele não tinha nada a não ser pão, água e ovos.

Revirei os olhos.

Ele nunca comprava porra nenhuma, já que ele alegava que não ficava tempo suficiente em casa para sentir fome.

Coloquei uma fatia de pão na frigideira (que era a única panela que ele tinha) e esperei o pão tostar.

O que mais irritava era que ele era podre de rico. Mas morava em um apartamento universitário pequeno e comia só porcarias.

-O quê tem para o café?- ele aparece na cozinha com um sorriso presunçoso.

Arqueio as sobrancelhas.

-Tem pão e ovo, ou ovo com pão. Como preferir.

Ele faz uma careta.

-As vezes eu realmente poderia comprar alguma coisa- ele diz remexendo a geladeira vazia.

-Eu devia te socar alguma vez.

Ele sorri.

-Bom, já aviso que bater na minha cara me deixa excitado.

-Todos ós Escandinavos pensam só com o pau?

-A maioria de nós, sim- ele diz orgulhoso.

-Come logo que já estamos atrasados- apresso já me levantando do lugar.

Ele enfia uma fatia de pão a boca e pega sua mochila jogada no sofá.
•••
Cheguei atrasado na primeira aula, mas geral nem fez muita diferença, já que eu não escutei quase nada do que os professores estavam falando naquele dia.

-Vamos a festa da Carrie GoldFish hoje não é?- Jean pergunta enquanto andamos em direção a saída do campus.

-Claro, ainda tem as fantasias do Halloween passado?

Ele assente.
•••
-To pronto, vamos?- Jean diz da porta.

Assinto, olhando mais uma vez para os chifres de demônio e a camisa básica vermelha.

Jean estava demônio também.

-Vamos então.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora