Capítulo 40

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O vídeo para abruptamente depois que Jason entra no salão como um furacão e começa a gritar me segurando nos braços.

Ele o ameaçou na frente de todos no vídeo.

-O que você quer?- repito. Minha voz sai fraca.

O sorriso do garoto fica ainda mais amargo.

-Seu namoradinho de merda me ameaçou e eu vim aqui para esclarecer as dúvidas- ele se aproximou.

O hálito dele cheirava a whiskey barato.

-Por que não se resolve com ele então?- respondo.

-Nah. Foi você que causou isso quando se comportou como uma puta lá. É com você que eu vou conversar.

-Não me chame de puta- disse brusco.

Empurrei-o.

Péssima escolha, visto que ele não se moveu.

Claro que ele não se moveu, seu burro. Ele deve pegar seu peso em ferro na academia.

Ele me empurrou sobre a parede suja, pressionando com força minha clavícula.

-Manda esse recadinho aqui para o seu namorado, putinha- ele sorriu mais uma vez, me deu um selinho, e então.. dor.

Socos sangue e chutes era tudo que eu sentia.

Dor era o que eu sentia.

"Que droga Brandy, vou ter que mandar lavar isso"

Fiquei estirado sobre o chão enquanto eles partiam, fingir que estava desmaiado pareceu a coisa mais racional no momento.

Me encolhi sobre a parede quando eles se foram.

Não havia nada ali.

Ninguém me ajudaria. Ninguém além de mim.

Me obriguei a levantar, minha perna estava dolorida, como se estivesse feito exercícios o dia todo. Meu braço também.

Vamos. Chegará lá quando menos esperar.

•••
Cheguei finalmente a porta de meu apartamento.

Minha perna doía ainda mais por andar o lance de escadas.

Varias pessoas soltaram coisas como: "Calvin?! Você está bem?". "Calvin, quer ajuda?!". "O que houve!".

Ignorei todos.

Meu cérebro bloqueou todos.

Adentrei o loft cambaleando.

Tirei meus sapatos, sem me importar onde eles parariam.

Joguei meu casaco sujo de sangue no chão.

Nada do Jason.

Me aninhei no sofá branco, sem me importar pela primeira vez na vida se eu sujaria o tecido branco.

Eu apenas.. olhei para o nada.

Senti cada parte de meu corpo latejar.

Era mesmo culpa minha? Eu podia ter evitado isso?

Aquilo me dava náuseas.

Eu estava com náuseas de mim mesmo.

Minha cabeça latejava.

Talvez pela surra, ou pelo estresse.. não sei dizer.

Eu ainda podia sentir cada pontada em meu corpo.

Aquele garoto me chamando de.. puta.

Deus aquilo era a pior coisa que já tinha sentido a algum tempo.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora