Capítulo 45

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Os pesadelos tem me deixado louco por esses dias. Eu não sonhava com ele.. a um tempo.

Eu já estava acostumado aos sonhos obscenos envolvendo o Jason. Bom, eu acordava assustado e coberto de suor. Mas eu preferia aquilo a sensação que o pesadelo me trazia. Pelo menos o sonho mantinha minha mente ocupada por um tempo.

O pesadelo também mantinha minha mente ocupada, mas de uma forma diferente e ruim. Era como se tudo voltasse outra vez. Todos os membros do meu corpo doendo. O gosto metálico do sangue na minha boca. As botas batento contra meu corpo como se quase fossem capazes de perfurar.

Aquilo sim era uma droga.

Meu corpo tinha pulado da cama em horror outra madrugada. Minha boca estava amarga e eu ofegava como se o ar do planeta não fosse suficiente para mim. Eu me lembro de olhar para o teto e sentir que as paredes se fechavam ao meu redor. Eu estava grudento do meu próprio suor e o rosto seco das lágrimas salgadas. Deviam ser três da manhã.

Eu tentei dormir, mas não deu em nada, então eu resolvi fazer algo para me distrair. Era sexta, dia de trabalho quando liguei para minha chefe pedindo para cobrir o turno da manhã, coisa que eu tenho feito com certa frequência.

Eu não estava muito atento ao que acontecia ao meu redor enquanto cobria o turno, mas não importava, já que o movimento pela manhã não era muito bom, já que a maioria dos consumidores eram os estudantes, e eles estavam na faculdade agora. Eu deveria ir também, para variar.

A verdade é que de alguma forma eu consegui ficar pior do que estou. Eu tinha medo de esbarrar no Jason ou na Gen no campus, ou com ele. Eu tenho voltado a ver o rosto dele em qualquer garoto de cabelo loiro que passa por mim, mas foda-se isso. Nem fazia diferença se meus pulmões parassem de funcionar ou meu corpo congelasse. Eu nem mesmo devia estar me preocupando com isso, já que ouvi os fofoqueiros do curso da Gen dizendo que ele estava no hospital e não queria prestar queixa para quem quer que fosse, o que me fez engolir em seco o pânico do que o Jason tinha feito. 

De qualquer forma, eu vou superar isso logo. Eu tenho que superar isso para não ter um ataque de ansiedade toda vez que um garoto esbarra em mim na rua.

Eu fecho a loja meio dia para o almoço, deixando a chave para o colega com quem troquei o turno. Meus olhos estavam pesados e preguiçosos; enxergando embaçado pelas horas de sono mal-dormidas. Eu cambaleei na calçada coberta de neve em direção ao apartamento, grougue o suficiente para não me assustar ao esbarrar na manada de estudantes saindo do campus. Nem mesmo me importava com os xingamentos direcionados a mim.

Alguém agarrou meu braço.

-Onde diabos você tem andado?!- Jason sibila. Baixo o suficiente para não chamar a atenção, e alto o suficiente para me assustar com o tom de voz usado.

Puxei o braço com a força que eu tinha, não tento sucesso ao sair de seu aperto.

-Podemos começar por aí quando você largar meu braço- eu sibilo de volta.

Ele está com uma carranca. Uma daquelas que faz você querer massagear as temporas para aliviar as pontadas de raiva direcionadas especialmente aos seus olhos. 

Ele me solta, e eu volto a andar.

-Onde você tá indo agora?- ele grita, chamando a atenção das pessoas dessa vez. Não me importo em olhar para trás.

-Eu não te devo satisfação de onde vou ou deixo de ir- respondo.

-Juro por Deus que se você for para casa se trancar na droga do seu quarto..

Uma garota que usava roupas parecidas com as do figurino de Gossip girl apontou uma câmera com flash para nós dois. Respiro. 

Uma. Duas vezes, e me viro.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora