Capítulo 15

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Narrado por Call
Não acordei cedo como de costume, já passava das dez quando resolvi levantar.
Acordei de mau humor.
É difícil explicar por que.
Talvez pelo fato do Tucker estar me evitando a gente quase dois dias e ter sido grosso sem motivo aparente.
Talvez pelo fato dele ter começado a se comportar assim logo depois de eu ter baixado a guarda na sua frente.
Ou talvez pelo fato de ter ouvido gemidos dele e de uma garota até as três da manhã.
Como eu disse: é difícil decidir.
Engulo uma pílula com um pouco de água, ignorando os óculos no criado mudo, e indo em direção ao banheiro.
Fiz minhas higienes pessoais como de costume e vesti os shorts e o camisão de dormir que era do Sean.
Que se foda, não vou sair de casa mesmo, para que gastar roupas atoa?
Desci as escadas de ferro descalço, o metal frio me arrepiou um pouco, um dos meus cachos molhados caiu sobre o meu rosto.
Peguei o creme de café na geladeira e coloquei um pouco de leite na chaleira para esquentar.
Pouco tempo depois disso, a porta de Jason abriu.
E para minha não surpresa, uma garota loira bonita saiu de dentro. Ajustando o vestido tubinho no corpo curvilíneo.

Ela olhou para mim enquanto ajustava os saltos e sua boca se curvou em uma careta de frustração.

-Ai merda. Quer dizer que ele não mora sozinho?- ela pergunta.

-Hm. Achou que ele ainda da as caras por aqui de vez em quando. Então acho que ele ainda mora comigo- respondi, arrancado uma risada sincera de seus lábios.

-Meu nome é Hailey- ela estendeu as finas mãos em minha direção.

Apertei.

-Meu nome é Call.

-Você é bonito, Calvin- ela elogiou.

Uma risada envergonhada saiu da minha boca.

-Obrigado, senta aí. Tem creme de café- digo puxando duas canecas do armário.

-Ah, não to a fim de te atrapalhar. Já tava indo embora- ela coloca um mecha loira atrás da orelha perfurada.

-Senta logo- arrastei a xícara branca no mármore -Aposto que está de ressaca. Tenho aspirina ali.

-Como sabe que estou de ressaca?

-E você não está?- arqueio as sobrancelhas.

-Hm. É. Estou.

Sorrio vitorioso, despejando o leite e duas colheres de café cremoso em sua caneca.

-Um amigo meu sempre ficava melhor depois que tomava isso.

-Sério?

-Claro que é. Só não testei tomar de ressaca- brinco.

Ela toma uma golada do liquido.

-Nossa. Por que diabos eu nunca tomei isso antes?

Sorri, indo ate o armário e tirando um comprimido da cartela

-Aqui- coloco em sua mão.

Ela vira o remédio com outra golada.

-Obrigada mesmo. Minha ressaca piora quando não trato assim que acordo.

-Você mereceu. Teve coragem o suficiente para dormir com o Tucker.

-Já falei para não me chamar de Tucker- a voz grave de Jason me assusta.

Ele estava de boxers. A cara sonolenta e o cabelo desgrenhado.
-Que seja- murmurei.

-Oi- ela cumprimenta.

Ele apenas balança a cabeça e se senta ao seu lado.

Um silêncio constrangedor se forma.

Ele anda até o balcão e pega um comprimido, passa por trás de mim e pega o leite.

A respiração quente fez cócegas na minha pele.

-Então tá... de novo, obrigada pelo café- ela diz antes de sorrir de maneira gentil para mim e sair.

Olho para ele pelos ombros.

Me desvencilhei dele e fui para a sala.

A garota parecia tão... decente, como dormiu com alguém, como ele?

Coloquei a quinta temporada de Gossip Girl.

Maldita Gen por me viciar nessa série.

Ouvia os passos dele na cozinha, acho q ele bateu em algo, pois soltou um um xingamento abafado.

Não olhe para ele.

Voltei minha atenção para a tela novamente, quando sinto um peso na ponta do sofá.

Ele estava observando a tela com as sobrancelhas arqueadas.

-Você poderia ter a decência de vestir uma roupa pelo menos?- solto.

Ver ele tão próximo de mim e praticamente nu estava me dando nos nervos.

-Eu já to com uma roupa- ele puxa o elástico da cueca boxer, que faz um estalo em contato com sua pele -E eu to em casa, não posso andar do jeito que eu quiser?

-Você é mesmo petulante- o fuzilo com os olhos.

-Está irritado?- arqueias as sobrancelhas para mim.

-Você é tão insuportável! Podia pelo menos ter respeito pelas pessoas quando estiverem incomodadas, você não mora sozinho, ainda dividimos o aluguel!

-Esta dando todo esse xilique porque não consegue me ver de cueca- a voz dele transmita diversão obscura.

-É disso que eu estou falando! Você é tão vaidoso, acha que tudo é sobre você.

-Então o que eu disse é mentira?

Tiro o short, a camisa cobre minhas coxas.

-Se trata de empatia com o próximo, Jason- o olho -Não preciso usar minhas roupas se você não faz questão de usar as suas.

Pude jurar q ele observou minhas pernas por um momento.

-Ta precisando foder- ele diz, grosso.

-Minha vida sexual não diz respeito à você- minha voz consegue sair.

-Que vida sexual?

Eu o odeio.

-Sai daqui.

-Não.

-Sai. Daqui.

-Já disse que não vou sair, você não mora aqui sozinho, fico na onde eu quiser.

Eu odeio como ele é orgulhoso! Me olhando desse jeito que eu odeio e me desafiando. Ele desperta o pior em mim.

O celular vibrou, quebrando nosso contato visual.

Era Sean.

-Oi Sean?

-Oi princesa- a voz familiar me faz sorrir.

-Vou desligar esse telefone se me chamar assim de novo- brinco.

-Manda um beijo pro namoradinho por mim- Jason diz.

Mostro o dedo do meio.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora