Capítulo 7

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Narrado por Call

O sol me acordou com alguns raios, como em quase todas as manhãs. Embora ele estivesse mais forte do que de costume; checo meu celular.

*Merda, são onze horas!*

Eu tinha colocado para despertar, eu penso. Mas droga, eu tinha que ter ido dormir as quatro da manhã? Acho que não.

Não tinha mais o que fazer, eu tinha perdido a penúltima aula da Historia da Arquitetura, nada que me matasse.. com os resumos que eu tenho feito quase que diariamente eu não sairia com menos que oito no final desse semestre.

Mesmo assim, eu devia ter ido á essa maldita aula, até porque eu não sou muito fã dessa aula, eu passo no mínimo, quatro ou cinco minutos olhando para absolutamente nada.

Levanto finalmente da cama e meus olhos se adaptam ao ambiente; involuntariamente eles vão para cômoda, onde sempre ficam anti-depressivos, que até agora não vi a sombra. Bufo com isso, passar mais um dia sem a droga das pilulas estava fora de questão, nem daria o trabalho de sair do apartamento sem elas. 

Então eu começo a caça ao tesouro, despenteado e com a cara amassada, com meu único aliado até o momento: meus óculos.

Começo pelo meu quarto, e abro as gavetas da cômoda, (como se já não tivesse feito isso um milhão de vezes), e é claro que não está lá. Depois ando até o banheiro, (que a não ser pelos meus produtos de higiene pessoal estava vazio). Depois vou para o andar de baixo, e encontro ele sentado no mesmo lugar de sempre, (bom, sempre que ele estava em casa, ou acordado).

Estava tomando café, e estava desprovido da maldita camisa.

Acho que o fato de ele não ter se mostrado completamente desprezível me abriram meus olhos para... outros ângulos dele. Acho que essa é a palavra certa.

Meus olhos instintivamente caem de seu pomo de Adão, a sua clavícula, e depois para o seu abdômen. Ele não é do tipo bombado de academia, mas acho que podemos dizer que seu corpo não é de se jogar fora. Porque não era. Com algumas tatuagens marcadas sobre o peito, sobre o tórax e uma no meio do estômago.

Minha atenção as outras foi ofuscada por ela, escrita em letras cursivas grandes estava gravada em sua pele: Honey.

Oh merda, aquilo em si já fez meu corpo formigar; e juro por Deus, se tivesse feito a escolha de não ter olhado mais para baixo e visto a linha fina de pelos que iam até em baixo, e as entradas do seu abdômen expostas pela calça de moletom que estavam baixas de mais, teria feito.

Sinto meu rosto corar e torço o nariz com os pensamentos que vinham na minha cabeça; apenas bloqueei todas com um grande NÃO.

-Oi- ele diz, e minha atenção foi para o seu rosto.

Estava inclinado para o lado e com um grande sorriso convencido estampado nos lábios.

-Perdeu alguma coisa?- ele repete as frases ditas por mim dias antes, e eu amaldiçoou ele mentalmente. Tusso de maneira desconfortável. 

-Na verdade.... sim, eu estou- já estou dentro da cozinha quando digo isso.

-Por favor não diga que é arma que você comprou para me matar- ele brinca e eu reviro os olhos, puxando ar para meus pulmões; acho que essa era a intenção dele, já que seu sorriso quase vai de orelha a orelha antes dele tomar o que está em sua caneca. Presumo que seja café.

Volto a procurar o frasco por entre os balcões de granito depois de ter deixado a sua pergunta sugestiva no ar.

O maldito frasco estava atrás do pote de pão; como eu não tinha encontrado essa droga antes? Eu limpei essa área no mínimo dez vezes, acho que tenho que marcar um horário no Oftalmologista.

-Achei- gritei para ninguém especial e beijei o frasco branco entre meus dedos.

-São seus anti-concepcionais?- ele diz do balcão, eu não preciso me virar para ver que ele está com um sorriso repuxando um dos lados de sua boca.

Mas eu viro para sua direção. Estava encostado no balcão, com as mãos enfiadas nos bolsos, com o sorriso sugestivo que eu sabia que estaria lá.

Meu maxilar fica rígido, queria pegar a faca na cozinha e fazer um rasgo naquela maldita tatuagem a cima da barriga.

-São para sua irmã- sussurro ao passar do seu lado, tenho que inclinar a cabeça para olhar nos seus olhos escuros. Droga o cara devia ter uns 1,90.

-Não tenho irmã- ele grita quando eu estou quase na porta do quarto.

-Pro seu irmão então- grito de volta, fechando a porta.

E rindo, tomei um comprimido e fui me arrumar para a faculdade.


E aí gente, gostaram?? Espero não estar indo rápido demais, mas achei que as coisas precisavam apimentar!

E os fãs do filme It perceberam a referência ali, rs

Beijos, até o próximo capítulo

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora