Capítulo 52

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~Jason

Minha cabeça parecia a ponto de explodir quando eu acordei.

Meu corpo parecia ter sido atropelado por um caminhão, e levou algum tempo até conseguir por algumas ideias em ordem. Meus olhos projetavam algo como fogos de artifícios negros por um determinado tempo antes de se adaptarem ao ambiente.

Eu estava sentado em uma cama. Okay, nada de anormal. As paredes não eram escuras, então não podia ser meu quarto. E pensando bem, dava para ver uma cozinha daqui de cima, então era um quarto de segundo piso.

A cozinha era fodidamente familiar.

Engoli em seco, virando-me finalmente para encarar quem estava na cama comigo.

Minha respiração parou.

Era Calvin.

Era ele, de bruços e de cara amassada. Coberto até a cintura e marcado por mordidas e chupões.

Merda era ele mesmo.

A noite passada voltou como um flash rápido e doloroso em minha mente. Cinturas; quadris, bundas.. paus.

Eu não sabia o que fazer. A adrenalina tomou conta de meu corpo, e eu não sabia ao certo se queria gritar, repetir o que fizemos de madrugada ou algo pior.

Eu não fiz nenhuma dessas coisas, mesmo parecendo as melhores opções na hora. Eu acabei decidindo por deixá-lo dormir.

Eu levantei de vagar, tantando ao máximo evitar o ranger da cama, e peguei minha cueca e minha calça seca e fria. Cheirava a coisa azeda, parecido com mofo. Talvez eu devesse fazer uma fogueira com essa calça, pelo menor me aqueceria nesse frio do caralho.

Eu odiava invernos.

Desci os degraus com a maior delicadeza que conseguia, tentando não pensar muito sobre o metal frio da escada no processo. Eu entrei no banheiro sem demora. Nem mesmo peguei uma cueca no quarto antes de me enfiar de baixo do chuveiro fervente. Calvin podia achar que não, mas o frio daqui também não era fácil para uma criança criada no Texas, mesmo eu que eu não deixe transparecer.

Minhas costas começaram a arder em alguma hora, principalmente quando a espuma do shampoo se espalhava pela área. Eu não sabia, e muito menos me lembrava o por que, e também não queria pensar muito sobre, já que minha imaginação travessa pensava as piores coisas. Eventualmente, eu deixei o chuveiro. Agora eu cheirava a coisa intensa e floresta ao invés de suor seco, o que era bom.

Eu descobri a causa da dor nas costas quando passei pelo meu espelho embasado.

Elas estavam marcadas em vermelho vivo por toda a extensão de minhas costas. Arranhões, para ser mais exato. Eu mordi o lábio quase forte o suficiente para sangrar afim de evitar um risada. Talvez o pequeno Call não fosse tão gentil a final.

Tentei inutilmente afastar meus pensamentos obscenos enquanto caminhava para o quarto, onde vesti uma camisa aparentemente limpa e uma calça rasgada.

Não daria para ficar sem blusa hoje.

Pisei em passo leves enquanto caminhava para fora do quarto. O chão estava frio como as escadas do quarto de Call, a casa parecia escura demais também, apesar de ter quase certeza de que era dia.

Eu abri a geladeira, procurando por uma cerveja e suco de tomate. A segunda coisa não foi tão difícil de achar, dado que ele vive bebendo essas coisas nojentas para mijar mais ou algo assim. Cerveja foi outra historia. Eu quase tive que revirar tudo para achá-la, mas consegui no fim.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora