Capítulo 36 (call's birthday)

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O sol fraco me acordou mais tarde.

Eu devo ter dormido de mais; visto que não tinha sinal de Sean ao meu lado da cama e o sol que entrava pelas frestas das persianas era cor de bronze fraco devido o início do inverno.

Não era pra menos, já que eu tinha chegado por volta das três da manhã em casa.

Depois do que rolou na calçada, Jason e eu continuamos lá por um certo tempo.

Perguntei a ele por que diabos ele estava apenas de jaqueta no clima congelante.

Ele riu de mim, explicando que estava sem camisas limpas para usar.

Me segurei para não lhe dar um sermão e ir na mesma hora para casa só para lavar suas roupas.

Depois disso ele perguntou por que eu era tão "friento".

Respondi dizendo que no sul não fazia esse frio cortante.

Tivemos que voltar para não correr o risco de Sean e Gen saírem por aí espalhando cartazes de desaparecidos pela cidade.

Lembro de Jason ter me dado um abraço envergonhado antes de partir para seu quarto, mesmo estando embriagado do sono e cansado de ter feito todo trajeto a pé.

Não foi por falta de insistência. Disse para o Jason inúmeras vezes que poderíamos ter voltado de Uber, mas ele fez questão que voltássemos andando mais de vinte quadras.

No caminho ele tinha envolvido seus braços em meus ombros, vendo que eu ainda estava me tremendo.

Me senti meio ridículo por ainda não ter me adaptado ao clima gélido do Noroeste Pacífico.

Algumas vezes eu o via desviando sua atenção para partes específicas do meu corpo enquanto eu tagarelava sobre coisas sem contexto.

É claro que era porque ele estava sobre efeitos de drogas que afloram os hormônios. Por isso, resolvi ignorar.

Até mesmo quando ele umedecia os lábios com a ponta da língua, ou sorria de lado.

Não me importava com aquilo. Afinal, agora éramos amigos.

Podia esquecer que já beijei aqueles lábios, e que já vi o...

Afastei os pensamentos sujos de minha cabeça, levantando e já colocando meus óculos sobre a cômoda.

Engoli as pílulas, para prevenir não chorar na frente de meus amigos,fazer uma faxina frenética, ou alguma loucura parecida; e logo depois fui em direção ao banheiro.

Me despi, tomando cuidado para dobrar minhas peças de roupas e colocá-las sobre a tampa do cesto fechado, por hora.

Testei a temperatura em meu pulso antes de entrar de baixo da ducha morna, sentindo a água relaxar os músculos que nem sabia que estavam tensos.

Ensaboei meu couro cabeludo com o shampoo brasileiro de rosas da Amazônia.

O cheiro era inebriante.

Tinha que ser, dado os quase quarenta dólares apenas no shampoo.

Depois de enxaguar a espuma de meus fios, comecei a limpeza em meu corpo com o sabão neutro. Depois de refazer o processo de enxágue, desliguei o chuveiro e sequei as gotículas de água em meu cabelo e corpo, para depois andar até o grande espelho da pia.

Já estive pior.

Meus cabelos estavam ganhando brilho.

Meu nariz e bochechas estavam avermelhados. Embora meus olhos estivessem meio fundos e minha pele pálida demais.

Colega de quarto (para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora