5. Delírio

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Presente

Perseguia Miguel, corria tão rápido, Bela não conseguia apanhá-lo. Sempre que parecia que ia alcançá-lo, ele saltava alguns metros à frente ou desaparecia como um fantasma. No meio da corrida, Linda agarrou-a no braço:

– Queres mesmo perseguir um homem que só te deixa infeliz? Nunca pensei isso de ti! – a desilusão inundou-a.

Bela sentiu o chão a desmoronar-se, caiu numa escuridão que mesmo com os olhos abertos não conseguia distinguir nada. A queda parecia não ter fim. Quando abriu os olhos, estava numa maca de hospital. Estava a ser levada para um sítio qualquer e falavam uma língua que ela não entendia. Sentiu-se a tremer de frio e sentia como se tivesse bichos por todo o corpo, causavam-lhe tanta comichão! Sentia-se suja. Ela tinha de tomar banho e limpar a casa. Limpar a casa sempre ajudava a sentir-se melhor.

Viu-se a tomar banho quente no seu apartamento, mas a água que saía da torneira ficou castanha como óleo de palma e ela sentiu-se a vomitar. Depois de tremer enojada com o próprio delírio, sentiu-se a perder as forças e tudo escureceu.


Investigação na IndonésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora