15. A Salvação de Bela

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«As dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários»

C.S. Lewis

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Quando Bela acordou estava no meio de legumes. Uma mulher com um lenço falava numa língua indecifrável para um homem, parecia ser o filho dela. Era o homem da carrinha. Ele olhou para ela, perguntou-lhe se estava bem e deu-lhe uma peça de fruta para a mão. A fruta era roxa e tinha uma polpa branca, era doce e agradável. Mesmo não sabendo o que era ela comeu avidamente. O homem tinha perdido o sorriso e olhava-a preocupado. Tinha uma pele morena, olhos negros e profundos e um cabelo indomável. Deveria ser mais velho do que ela, no entanto, tinha um sorriso de menino que o fazia parecer mais novo. Ela olhou em redor. O mercado não era mais do que uma praça cheia de bancas com todo o tipo de fruta e vegetais, carnes, peixes, baldes, mesas improvisadas e muita confusão. Ela esperava que fosse um edifício...

Bela levantou-se e agradeceu a ajuda, estava pronta para lhe dar o resto do seu dinheiro e sair dali. A mulher com lenço falou algo para o filho e fez um gesto com a mão para Bela. O gesto era de recusa do dinheiro e para ela se sentar.

- Não precisamos disso - recusou o dinheiro que Bela tinha estendido para ele - tens mesmo de ir? Estás doente devias ficar. T'mos mais fruta para ti...

- Tenho de arranjar um trabalho...- respondeu Bela.

Ele falou mais uma vez com a mulher mais velha, Bela não conseguia compreender mesmo nada daquela língua. Ela fez que sim com a cabeça e acenou outra vez para ela se sentar.

- Está tudo bem, não te preocupes podemos dar-te trabalho, mas só te podemos pagar com comida, se não te importares... e hoje partimos para Padang... é longe - parou porque parecia não saber bem explicar em inglês onde era.

- Eu aceito. Seja onde for.

Ele sorriu aliviado. Bela respirou fundo e pensou: sobrevivência assegurada.

Investigação na IndonésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora