38. O Incêndio

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Quando chegaram viram a sua casa e os seus campos, assim como os campos dos vizinhos, a arder. Todos a irem buscar água ao riacho mais próximo e a tentar combater aquele fogo terrível a destruir tudo impiedosamente. O fumo queimava na garganta, Bela mal conseguia ver ao sair da carrinha e o calor era insuportável... Nem sabiam o que acudir primeiro!

Bela e Batari taparam a boca com os seus lenços e Samir e Harta fizeram o mesmo com as suas camisas. Nem conseguiram dizer nada apenas correram para o que restava da sua casa. O interior da casa e o telhado ardiam, havia perigo da bilha de gás explodir, a casa de banho também ardia, a cabana que a formava parecia papel a ceder às chamas. Aquelas chamas cheiravam a petróleo, eram difíceis de apagar com água. Quanto mais água colocavam, mais parecia arder!

Bela sentia as pernas a tremer, a mente a gritar de terror, mas não desistia de combater aquelas chamas infernais. Foram longas horas de desespero. Ouviram a bilha de gás de um vizinho a explodir. Só então os bombeiros chegaram e começaram a acudir os residentes e a tentar salvar a parte da floresta que estava a arder. Mesmo assim, eram demasiado poucos e tinham apenas um carro para conseguir acudir a tanta gente.

Samir e Batari conseguiram salvar a casa de banho. Trouxeram baldes de água que pouco ou nada serviam dentro de casa, mas que foram úteis no terreno à volta e para molhar Harta e Bela e umas mantas. Ao usarem as mantas conseguiram apagar o fogo antes de chegar ao fogão. Quando chegaram ao fim, foram acudir os vizinhos. 

A noite fugiu deles como o fumo das labaredas e quando tudo acabou era dia. Um fumo negro assombrava os terrenos. As roupas, o ar, o chão tudo era tão escuro como a noite que passaram.

Investigação na IndonésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora