62. Conflitos Conjugais

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Miguel ligou outra vez para a sua mulher. Ela tinha tão mau feitio! Ele perguntava-se porque sempre gostava de mulheres com mau feitio. Só porque a tinha mandado calar quando estavam na rua a falar com a família dela, não era razão para o quase expulsar de casa. Ela estava a falar assuntos que não devia, a falar de assuntos da produção e as ameaças da sede. Não a podia deixar falar e nem dar entender que estava a falar a verdade assuntos confidenciais da sua empresa. Mas claro que ela não entendia!

Pelo menos, tinha as suas coisas para dormir lá sem lhe faltar nada. Estendeu o saco de cama atrás da sua mesa para mais tarde dormir lá. Ia aproveitar para ir ver de comida. Já não era a primeira vez que ela o expulsava de casa e ele tinha que dormir lá. Até os seguranças já se riam dele. Ele odiava tudo aquilo, mas não conseguia conceber um dia sem a sua Cahya. Por isso aguentava as suas crises de raiva excessivas.

Viu a multidão a deixar os seus postos felizes por terem terminado o seu dia de trabalho. Apressou-se a ir às máquinas e a comprar comida para a sua noite, antes que trancassem as portas da cantina. Encontrou o encarregado com a sua cara enrugada como sempre que os dias não lhe corriam bem. Acenou adeus e dirigiu-se à máquina examinando as opções que lhe sobravam. Ele sempre poderia ir a uma banca de comida lá fora ou um restaurante, mas nunca lhe pareceu que eles fossem muito limpos. Preferia as máquinas.

Escolheu o que pretendia e encaminhou-se para o seu gabinete. Ao sair do refeitório, viu dois vultos a dirigirem-se para o escritório do encarregado. Teria o encarregado esquecido de alguma coisa? Um dos vultos parecia uma mulher... Devia ser uma empregada a pedir alguma coisa ao encarregado, pensou meio intrigado. Apesar de considerar estranho foi para o seu escritório. Apesar de haver muitos assaltos na zona nunca assaltaram o campo de produção. Tinham um bom sistema de segurança, por isso, Miguel sentia-se seguro. 

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