Os dias de Bela podiam ser descritos desta forma: de manhã trabalhava a apanhar ervas que pareciam querer explodir umas em cimas das outras, da parte da tarde ia ver todas as atividades da plantação da empresa do terreno ao lado.
Harta ia com ela, mas fazia questão de lhe dizer que era má ideia. Com o calor e o exercício que ela fazia todos os dias muitas vezes tirava o lenço e atava aprender o cabelo, puxava as mangas e as calças para cima. Bela conseguia ver a reprovação de tais hábitos na expressão de Harta, mas ele não dizia nada. Bela não queria saber o que ele pensava. Aquele país era insanamente quente.
Os serões depois do jantar eram passadas com os pais de Harta a tratarem de coisas da casa ou a ver televisão e Harta e Bela a tentarem explicar as suas diferentes línguas um ao outro. Às vezes, eles não se entendiam e Bela era uma péssima aluna enquanto Harta aprendia numa velocidade alucinante.
Ele já conseguia dizer frases em português e ela mal se lembrava como dizer Salam(olá). Era a primeira vez na sua vida que se sentia irremediavelmente burra. No entanto, era bom chegar a casa e ter pessoas para jantar (se bem que a comida por vezes era muito estranha outras muito semelhante à portuguesa, sempre muito picante e condimentada, mas ela nunca questionava – preferia não saber o que comia) e conviver com alguém em vez de ver televisão. Não que não tivessem televisão (com uma antena exterior muito antiga),de qualquer forma ela não entendia nada do que era dito... Nem se dava ao trabalho de a ver, preferia falar com Harta.
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Investigação na Indonésia
Mystery / ThrillerBela, subdiretora da Global, é enviada para investigar os estranhos incêndios supostamente causados pela sua empresa na Indonésia. Durante a viagem, ela perde tudo inclusive a sua identidade o que a leva a refletir sobre a sua vida e o que é importa...