31. O Pedido

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Bela queria ir ao bar e ouvir a conversa dos trabalhadores. Precisava de o fazer para compreender melhor o que se estava a passar realmente. O maior problema é que nem Harta, nem a família dele bebiam. Era muito difícil que ele aceitasse ir com ela à noite a um bar.

No final do dia, estava a ensinar português a Harta, para testá-lo e para ter a certeza que os pais dele não compreendiam, preferiu falar em português. 

- Eu preciso de ir à cidade.

- Para quê? – Harta compreendeu tudo o que foi dito, quase pressentia que Bela tinha segundas intenções.

- Para ouvir conversas dos empregados da Global, quando estava a vigiar a plantação ouvi-os dizer que eles vão para um bar em Padang – Bela acrescentou rapidamente ao ver olhar furioso de Harta – e... e eu preciso de comprar algumas coisas...

- Essa gente é perigosa. – avisou Harta – Todas as pessoas das redondezas sabem que não é boa ideia meter-se com as empresas estrangeiras. Elas têm dinheiro e poder.

- Eu vou, – Bela tentou demonstrar a certeza que na realidade não tinha –, mas gostava que viesses comigo. Vem comigo, por favor?

- De certeza que estás decidida? – Harta abafou um som de cansaço e ao mesmo tempo diversão.

- Sim.

- Eu não quero ir – não havia hesitação na sua voz.

- Ok... – Bela sentiu-se a vacilar.

- Mas tenho de ir, não é? - Harta suspirou vencido. Não a conseguia deixar ir sozinha.

- Sim!! - Bela sorriu e correu ao seu encontro. Era capaz de o abraçar e até beijar, pensou, mas, logo, se corrigiu e parou a poucos centímetros dele.

Harta teve de se esforçar para manter a sua cara fechada, de aborrecimento por ter que ir com ela a um bar quando não bebia, enquanto ela quase pulava de felicidade ao ir tomar banho. Ficava tão mais bonita quando sorria. 

Investigação na IndonésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora