Epílogo

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A primeira semana de casamento que deveria ser de teste para Bela ver se gostava ou não da família de Harta, segundo as regras num casamento muçulmano, mas como Bela já morava com eles não fora mais do que normal. Ela já era parte da família.

Antes de fazerem a volta ao mundo, Bela e Harta pediram para os pais de Harta visitarem Portugal. Afinal, era onde iriam viver fazia sentido que a família dele visse. Depois de tudo preparado, Samir e Batari vieram para Portugal com Harta e Bela. Samir e Batari ficaram espantados com a arquitetura, com as ruas arrumadas, o verde da cidade de Lisboa (que era muito mais do que Jacarta). Ficaram fascinados pela confortável forma de viver e as boas condições que Harta e Bela iriam ter. Samir que estava hesitante com as atitudes levianas do filho num país estranho, ficou satisfeito ao ver que Portugal não tinha uma religião definida como na Indonésia, podia até ter uma tendência muito grande católica (o número de igrejas que existem em Lisboa deixou-o espantado), mas pelo menos, tinha mesquitas e Harta poderia viver livremente a sua religião.

– Quando voltarem para a Indonésia, nós vamos dar uma volta ao mundo– contou-lhe a explodir de felicidade.

Anak. Tu não podes depender da tua mulher, é vergonhoso para qualquer muçulmano tens de começar a ganhar a tua vida e da apoiar caso o dinheiro falhe... – acautelou-se Samir. – Se precisarem venham para a nossa casa na Indonésia.

– Obrigada, bapa, mas eu já sei o que vou fazer a seguir.

– O quê? – Samir olhou para o filho espantado.

– Vou abrir uma escola de ensino de línguas e Bela vai abrir uma empresa de venda de produtos de todo o mundo. Já delineamos tudo e vamos tornar os nossos sonhos realidade. Como Bela disse, o mais importante do que qualquer orgulho é o que queremos fazer com a nossa vida e os nossos sonhos. E é isto que eu sempre quis fazer!

Samir ficou espantado por ver Harta a sorrir tanto. Ele sempre fora sisudo, calado e remediado com a vida agora brilhava como nunca fizera antes. Bela estava, agora, mais forte do que muitos homens que Samir conhecia. Estava orgulhoso deles.

Quando partiram de volta à Indonésia, Samir sentiu os olhos a humedecer das voltas que a vida dá. Quem diria que ajudar uma mendiga desmaiada poderia vir a fazer com que todos os seus sonhos se tornassem realidade? 

Investigação na IndonésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora