🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen
ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...
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@nia_escarlate
⚠️ Atenção, nesse capítulo contém cenas de violência contra criança e possível suicídio. Fique a vontade se quiser pular a leitura. Obrigada.⚠️
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Oito anos atrás...
Sinto como se meu corpo estivesse quebrado, abro os olhos devagar sentindo a claridade batendo no meu rosto. Me ajusto no sofá e solto um gemido de dor que vem do meu pulso. Eu encaro a fita branca que pressiona forte o corte, e as lembranças aos poucos vão aparecendo em minha mente.
Procuro por ele e o vejo me encarando com o semblante calmo. Eu não digo nada e apenas olho as horas. Parece que eu não dormi muito, mas Fábio pode chegar a qualquer momento e se ele vir Gabriel aqui eu não sei nem o que ele pode fazer com ele, ou comigo de novo.
— Você precisa ir embora. — Eu digo me levantando, mas fico zonza e ele me segura.
— Não tem se alimentado direito? — Ele pergunta ao me colocar no sofá de novo.
Eu encaro Gabriel. O garoto de dezesseis anos, mais lindo de toda a escola. Como ele entrou aqui? Seus olhos azuis me avaliam e eu vejo que estou com o casaco dele. Vejo os hematomas em minhas pernas e desvio pro lado fechando os olhos.
Gabriel Davis viu o meu estado... viu como eu estou. Me salvou da morte... mas me condenou a vida.
— Você precisa ir embora. — Eu digo olhando em seus olhos.
— Eu vou fazer panquecas pra você. É a única coisa boa que eu faço na cozinha. — Ele diz, indo para a cozinha. Eu o acompanho com o olhar e suspiro olhando pro relógio.
Não sei onde Fábio foi. Não sei as horas que volta e não posso deixar Gabriel Davis na minha casa enquanto eu estou apenas de calcinha e com o casaco dele. Vou até onde ele está e paro na porta da cozinha vendo ele caminhar pela cozinha.
— Gabriel...
— Você gosta dela fina ou com mais massa? — Ele pergunta meio nervoso abrindo os armários.
— Gabriel? — Eu o chamo e ele me olha.
— Antonella eu... Eu preciso te ajudar de alguma forma. — Ele diz com a voz falhando sem me olhar.
— Você não tem nada haver com isso. Vai me ajudar se for embora. — Eu digo e vou até a sala.
— Eu não posso ir embora e te deixar assim. — Ele diz e eu ouço o barulho do carro de Fábio.
Meus olhos se arregalam, eu respiro fundo para manter a calma, pego o sapato dele e o empurro para o meu quarto. Fecho a porta e coloco a cadeira atrás dela. Gabriel me olha espantado e eu peço que ele faça silencioso.
