Prólogo

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Dez anos atrás

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Dez anos atrás...

Olho para minha mãe, que está com um avental azul amarrado em seu vestido azul com bolinhas rosas de alça fina. Ela está cantarolando uma música muita antiga da Mariah Carey, de quem ela é muito fã.

No Natal eu me canso de ouvir as músicas natalinas que Mariah lança quase todo ano. E eu como uma filha maravilhosa, gravei em um cd as faixas que ela mais ama.

Ela se vira pra mim, com seus olhos cor caramelo igualmente seus cabelos longos e sorrir largo e eu o retribuo gentilmente e ela canta mais alto aumentando o som, It's like that faz a janela e as coisas de vidro vibrarem.

Minha mãe, Antônia, está bem mais feliz desde que saiu mais cedo para visitar sua amiga rica misteriosa. Eu só a vi uma vez, e nem foi de perfil.

Eu lembro que tinha seis anos e ela chegou no meio da madrugada, com óculos escuros, chorando, dizendo que descobriu que o marido a traía, porém eu esbarrei no vaso vermelho e o barulho dos cacos se espatifando no chão a assustou e minha mãe me colocou pra dormir de novo.

Não sei o nome dela, não sei onde mora, não sei nada. Além que ela é amiga do colegial da mamãe e das características que eu gravei, como seus cabelos loiros curtos, pele clara e altura mediana.

— Estou te atrapalhando a estudar, Ella? — Minha mãe pergunta pousando a mão no meu ombro.

Só agora que eu percebo que ela desligou o som, talvez estava me chamando a tempos e eu divagando no meus pensamentos.

Observo a cozinha da minha mãe, não é grande, é até espaçosa, cabe nos duas e ela diz que isso que importa. Os móveis são de madeira antiga, a geladeira é velha, o chão não tem piso é apenas cimento batido. O balcão é a única coisa nova, é resultado de uma obra que não foi pra frente por falta dinheiro. As janelas pequenas e brancas mostram um jardim que é bastante florido.

Aquilo é o orgulho dela. Porém ela merece mais, muito mais.

Eu vou trabalhar pra dar tudo melhor pra ela. Ela merece muito mais do que tem. Sei que ela não trabalha por que meu pai não gosta, porém ele não consegue dar o que ela merece e isso não é motivo pra ele brigar toda vez que o assunto: Antônia quer trabalhar, é pautado.

Ela sempre diz que ele a faz feliz, porém não é isso que eu vejo neles. Vejo comodismo demais na relação e isso me entristece.

— O que foi querida? Está com uma cara triste. — Ela se senta no banco do balcão e eu suspiro a encarando.

— Quando foi que você descobriu que estava apaixonada pelo papai? — Eu pergunto e minha mãe começa a ficar vermelha de vergonha.

— Ella já lhe disse que você não tem idade pra saber disso. — Minha mãe diz, meio tímida e se levanta ficando do outro lado do balcão.

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora