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@nia_escarlate
Eu sentia todo o meu corpo tremer. Era como se Bernardo fosse o meu entorpecente, quanto mais eu sabia que estávamos próximos, mas ansiosa eu ficava por ele. Mas me controlei ao máximo para não passar isso a ele.
Quando voltei, a Mansão estava vazia, sem ninguém. O silêncio me lembrava esses dois anos, quando eu jantava as vezes sozinha enquanto uma música calma tocava na rádio. Era tranquilo, mas na tranquilidade também há desespero, medo, inseguranças. Foi contra tudo isso que eu estava lutando. Caindo e levantando. Ferindo e sangrando.
Eu começo a arrumar todo o meu material na mesa, alguns longos minutos depois eu abro a janela, deixando a brisa calma e fria da noite adentrar o cômodo. Respirando fundo e tirando os saltos eu me sento na cadeira a puxando mais para frente perto da mesa. Prendo o meu cabelo com o elástico que estava entre minhas coisas e comecei.
Eu sentia a madeira no meu lápis. Eu passava o meu dedo por ele enquanto buscava concentração. Era fácil, parecia até que sempre tinha feito isso. Eu nasci para criar. A cor preta já aprecia no papel, antes rabiscos que separados eram incompreensíveis, mas juntos era o mais lindo tecido, costura e modelo que surgia na folha.
Eu perdia horas ali se deixasse. Esquecia de comer e beber água, mas quando acabava eu precisava no mínimo sorrir. Eu ainda não tinha me encontrado 100% e muito menos achado a maneira certa de mostrar a outras pessoas o que se passava pelos meus olhos e transbordava no dia a dia.
Era ali que minha insegurança morava. Eu sempre fui certa de tudo que eu fiz, batalhei, fui com garra todas as vezes que algo me despertava interesse. Mas ali parecia que eu era tão pequena quanto qualquer outro. Comum, normal, sem vida, apagado. Eu sabia que era boa, que eu era capaz de lançar linhas e linhas de sucesso, mas ainda estava presa ao chão.
Eu tinha aprendido a voar e me prendi ao solo tendo que aprender a andar, a correr. E agora eu só estava com medo de fracassar. Valentina estava certa? Eu só seria alguém se aceitasse a ajuda dela? Martina estava certa sobre minha falta de originalidade? Os possíveis investidores que eu tinha que agradar daqui a uma semana estavam certos quando falaram que não tinha minha paixão ali? Que faltava eu?
Passei tanto tempo tentando me encontrar que simplesmente não sei qual é a Antonella que o mundo precisa ver.
— Interrompo?
Eu me viro para trás vendo Bernardo apoiado no batente da porta, não consigo deixar de sorrir.
— O que você me disse na casa do lago? Sobre as Antonellas's? — eu me levanto rápido, sentindo que estava deixando algo passar.
Bernardo caminha na minha direção com as mãos para trás, eu encaro o seu rosto bonito. Sua barba rala, sua boca pequena, seu nariz arredondado na ponta, seus olhos azuis brilhantes, seu cabelo bem cortado. Ele era tão lindo.
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Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔
ChickLit🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...