Capítulo 68 IV - Ele não pode morrer

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@nia_escarlate 

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— Não, não. Você precisa ficar acordado! — Eu batia em seu peito ignorando a minha dor.

Quanto mais eu batia, mas seu corpo balançava, mas ele não acordava.

— BERNARDO!

Era como gritar para o nada, ele não respondia.

— Pensa no Téo! Ele precisa de você...

Nada adiantava, eu estava entrando em desespero, entrando numa crise de choro que me sugava toda o ar, que ardia os pulmões que fazia meu corpo tremer sobre o dele.

— VOCÊ NÃO PODE MORRER! — minha voz cada vez menos ouvida — A ajuda já está chegando...

Eu estava ficando tonta, meus dedos dormentes de tanto pressionar o ferimento dele.

Eu olhei para cima, as lágrimas caindo do mesmo jeito, levando cada vez mais um pouco da minha alma. Eu olhei para o teto, já delirando e vendo o céu a noite, estrelado e bonito.

— Se você existe mesmo, se você é mesmo o pai de todos... se dizem que todos nós somos seus filhos, o salve! O SALVE POR FAVOR! Você já levou uma pessoa que eu amo, não precisa leva-lo também. Deus, se você existe mesmo como eu vejo tantas pessoas acreditando que você está sempre ao nosso lado, então o salve...

Eu encaro o rosto do Bernardo, parecia mesmo que seu corpo estava sem vida. Apenas um vaso oco.

— Eu prometo que eu me afasto dele, eu prometo que eu nunca mais o procuro, eu prometo que sairei da vida dele e sumirei como fumaça... Eu sou a desgraça na vida das pessoas, eu sou a destruição e tudo que amo morre. Então eu prometo que lutarei para o esquecer, o deixarei em paz para ser feliz com alguém que o mereça, porque sei que essa pessoa não sou eu. Eu prometo tudo isso e seguirei firme se o trazer de volta! Se ele ficar bem e vivo eu cumprirei com a minha promessa.

Ouço o barulho da sirene da ambulância e não demora muito para chegarem a casa do Bernardo. Eu seguro a sua mão até o caminho do resgate, e fico ali, segurando a sua mão até o hospital.

— Você não pode passar daqui...

Um dos enfermeiros me trava, eu seguro ainda mais firme a mão gelada dele. Ele tinha pulso, mas era tão fraco que talvez ele só tenha uma chance. Eu beijo a sua mão e beijo os seus lábios frios antes que os leve para uma área que é restrita a pessoal autorizado.

Eu me apoio na parede após entrar num corredor vazio. Minhas costas deslizam pela parede e eu sinto que todo o meu mundo está desmoronando. Meu peito dói, como se estivesse aberto e sendo pisoteado. Eu apoio a minha cabeça no meu joelho e choro ainda mais, como se isso fosse no momento a única coisa que fosse aliviar o meu coração que estava morrendo junto com ele.

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora