Capitulo 41 - Fuja!

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⚠️ Atenção, nesse capítulo contém cenas de violência contra à mulher. Fique a vontade se quiser pular a leitura. ⚠️

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@nia_escarlate

Lembro-me de quando era mais nova, sentar ao lado de uma estante pequena que continha os livros que minha mãe gostava de ler

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Lembro-me de quando era mais nova, sentar ao lado de uma estante pequena que continha os livros que minha mãe gostava de ler. Em um dos livros eu vi uma frase, que naquele momento não fez diferença nenhuma:

"Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim." — Buda.

Para me sentir segura, após Fábio ser preso, eu pensei nessa frase. Ela se encaixou em todo o contexto da minha vida. Eu perdi a Antônia, na situação que estávamos, era inevitável. A felicidade que eu fiquei ao saber que poderia ser uma adolescente normal, ao menos ter essa tentativa, me fez pensar que sobrevivi ao caos chamado Fábio e isso trouxe uma mudança inevitável pra minha vida.

Ao me sentar naquela poltrona, em frente ao lago, enquanto me lembrava de coisas que aconteceram naquele dia, me fez ficar mais forte emocionalmente. Achei que despois daquilo eu teria coragem de infrenta-lo caso o dia chegasse.

Infelizmente chegou, e eu travei. Travei de medo, pavor, desespero... De ódio, de raiva, de dor... Quando encarei seus olhos castanhos, e em um dos olhos uma cicatrizes gigantesca me lembrando de como fui corajosa naquele dia, fez tudo a minha volta perde a cor.

Enquanto eu ouvia os gritos de Fábio, e corria desesperada, enquanto eu fugia, todo o parque perdia a cor. Por mais que estivesse de noite, eu não conseguia enxergar a cor verde da grama e das árvores. Nem a cor das flores e muito menos o cheiro.

Minha visão também estava turva, e eu não consigo entender o porquê dos meus sentidos estarem falhando. Mas só o que vem em minha mente é o sentimento de medo.

Eu tropeço sobre os saltos, os gritos incompreensíveis de Fábio me torturam cada vez que fica mais alto, ele está quase me encontrando. Me levanto rápido do chão, sentindo que não posso parar, mas correr sem destino também não vai me ajudar. O parque é enorme e a noite a sinalização e os seguranças ficam apenas nos postos de entrada e estou muito longe deles.

Agarro os saltos na mão, os pressionando forte e corro descansa, sentindo a grama sobre meus pés. Paro ao encostar numa árvore, para recuperar o fôlego, a saída ainda está um pouco longe, cruzar o parque não foi uma boa ideia, não pensei direito.

— ATÉ QUANDO VAI CORRER, ELLA? — Fábio grita, eu me encolho na árvore, torcendo para ele não me achar.

Eu vejo a sua sombra refletida pela luz de algum poste, meu sangue congela e minha respiração para. Fecho os olhos e agarro firme os sapatos, mentalizando que preciso  me defender dele de algum jeito.

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora