Capítulo 45 II - Tudo a minha volta é cinza

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@nia_escarlate

Abro os olhos sobressaltada

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Abro os olhos sobressaltada. Gotas de suor correndo por todo o meu rosto e corpo. Olho ao redor, me situando onde estou. Outro pesadelo. No hospital eu estava tão dopada que não me permitia ter sonhos, ou lembranças. Agora parece que tudo me alcançou, respiro fundo saindo da cama.

Caminho até o banheiro e abro a torneira da banheira, e enquanto enche, vou em direção ao espelho. Minhas olheiras estão fundas, meu olho apagado no mar do desespero. Abro a torneira, e molho um pouco o meu rosto, tendo cuidado com o curativo, molho um pouco o pescoço também, tentando relaxar o meu corpo.

Fecho a porta do banheiro e tiro toda a roupa. Sinto falta das minhas roupas. Usar moletom e blusas largas é bom, não vou mentir, mas quero tudo que eu tenho de melhor.

Entro na água morna, sentindo todo o estresse se esvair com a temperatura da água. Eu prendo o meu cabelo, em um coque bem mal feito. Desligo a torneira quando a água chega numa boa altura.

Respiro fundo, mesmo sentindo que o pulmão está queimando. Não entendo a lágrima que cai na água, não consigo compreender porque todo esse choro...

Eu não sou fraca...

Não sou!

Então porque choro? Porque todo esse sentimento quer sair de dentro de mim como se tivesse transbordando. Como se não se encaixasse mais ao meu corpo. Tudo o que eu queria era ficar longe de toda essa dor, porque ela me afoga, levando toda a parte boa que demorei para erguer. Ela desmorona como se não fosse nada, esvai dos meus dedos como se fosse pó.

Eu não mereço ser feliz?

A porta se abre, mas eu não me viro para ver quem é. Apenas encolho o meu corpo, abraçando as minhas pernas, repousando o meu rosto em meus joelhos.

— Essa água está fria, Ella.

A voz dele sai, com um embargo emocional grande. Isso me dói ainda mais, ele... Me trata como se eu fosse uma criança que caiu do balanço, ou caiu de bicicleta depois de inúmeras tentativas. Eu imagino como é ver a pessoa que ama, ou amou, numa situação trágica dessa.

Espancada pelo próprio pai. Após nove anos! Fábio passou nove anos preso, e a primeira coisa que fez após sair foi me procurar, me passar medo e raiva, machucar o meu templo, ruir com a minha alma e acabar com as minhas poucas esperanças.

Como dói!

Queria tanto que fosse só o corpo, só o cansaço. Mas não, é ele. Ele não me deixa em paz, ele não sai da minha mente, dos meus sonhos e pesadelos. Ele está em tudo a minha volta, tornando tudo cinza.

— Está melhor?

Eu encaro os olhos tristes de Gabriel. Eu levanto, me apoiando nas laterais da banheira. Ele desvia o olhar, talvez por respeito a mim.

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora